Entre piscinas e tobogãs que divertem banhistas da Cascaneia, em Gaspar, é possível avistar no alto de um morro duas fileiras de chalés. Cada uma das simpáticas casinhas, 22 no total, dispõe de uma suíte, acomoda até seis pessoas em dois andares e recebeu o nome de um tipo de flor, devidamente plantada no jardim dos arredores. É uma forma de diferenciá-las aos olhos dos hóspedes, que começaram a chegar em novembro passado depois de um longo período de espera.
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A Vila Primavera, como o espaço foi batizado, estava nos planos do principal parque aquático da região há mais de duas décadas. O conjunto de chalés, preparados para abrigar até 120 pessoas, começou a ser construído em 2002, mas ao longo dos anos o projeto foi passando por várias adaptações. Devidamente ajustado, acabou sendo inaugurado na reta final de 2020 – após a pandemia atrasar o cronograma inicial.
O investimento é parte de uma aposta da direção da Cascaneia para fazer frente à sazonalidade do negócio, que até então dependia basicamente da temporada de verão para gerar caixa. As hospedagens, que dão acesso a três trilhas na mata, são uma primeira etapa de um projeto maior, que a coluna foi conhecer de perto na última quarta-feira (13). É um pouco mais para cima, aí nem tão visível aos olhos de quem está no parque aquático, que fica a cereja do bolo.
Uma imponente construção de 15 mil metros quadrados já tem forma definida por fora, mas ainda está vazia por dentro. Nela a Cascaneia vai implantar um resort de luxo, chamado Ecoar. A entrega acontecerá aos poucos. A primeira parte inclui a recepção, um bistrô, um restaurante com capacidade para 400 pessoas e uma loja de souvenires. Não há data cravada para a inauguração, mas se tudo der certo ela pode acontecer no segundo trimestre deste ano.
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Em um segundo momento, mais adiante, o projeto vai contemplar 38 novas suítes e tudo que quem procura uma hospedagem de alto padrão tem direito: sala de jogos, sauna, spa, mini cinema, brinquedoteca, quadras de esporte, parede de escalada, uma boate e até um mini campo de golfe – além, é claro, de piscinas. Para encontros corporativos, três salas de eventos com capacidade para até 350 pessoas estarão disponíveis.
Dimensão do projeto à parte, a diretora de Vendas e Marketing da Cascaneia, Monique Reinert, diz que a “intenção não é ser muito grande”:
— A gente quer ser um pequeno resort para dar exclusividade aos clientes.

Filha do fundador Querino Reinert, ela praticamente cresceu dentro do parque aquático e teve papel fundamental na remodelação da proposta do resort nos últimos anos, aproveitando os conhecimentos adquiridos na graduação em turismo e hotelaria e se especializando na área. O projeto evoluiu a conta-gotas, à medida em que o caixa do negócio permitia.
Discreta, a família nunca fez muito alarde sobre o investimento, apesar da curiosidade sempre manifestada por clientes e amigos. Tudo foi e está sendo feito com recursos próprios. O alongamento se justifica: o dinheiro levantado na alta temporada precisa custear o restante do ano e parte dele ainda se reverte em melhorias e novas atrações para o parque aquático. É por isso que Monique diz que o projeto também depende de “bons verões”, algo que nem sempre aconteceu. Ela cita como exemplos o de 2008, quando a região foi atingida pela catástrofe climática, e o de agora, impactado pela pandemia.
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Monique calcula que, nesse tempo todo, a empresa já desembolsou R$ 10 milhões, em valores corrigidos. Outros R$ 10 milhões devem ser necessários para finalizar o que falta, incluindo mobília e o acabamento interno dos ambientes. Agora não há pressa para abrir tudo imediatamente porque o cenário econômico ainda é marcado por incertezas e a manutenção de uma estrutura grande sem tanta freguesia não é bom negócio. Se a situação ajudar, porém, o complexo deve ser finalizado em 2022.
— A premissa é fazer bem feito, para que a gente tenha movimento o ano todo — resume Monique.
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