Candidatos protagonizam filme repetido e monótono no derradeiro debate em Blumenau

O derradeiro debate entre os candidatos a prefeito de Blumenau nas Eleições 2024, promovido pela NSC TV na noite desta quinta-feira (3), teve ares de filme repetido. Em uma das últimas oportunidades para falar diretamente com o eleitor, os cinco postulantes ao Executivo municipal – Ana Paula Lima (PT), Delegado Egidio (PL), Odair Tramontin (Novo), Ricardo Alba (Podemos) e Rosane Martins (PSOL) – surpreenderam no máximo quem os assistiu pela primeira vez.

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Quem tem acompanhado pelo menos um pouco a campanha deste ano ouviu os mesmos discursos e críticas, direcionadas principalmente a problemas no abastecimento de água e na gestão do Samae, no transporte coletivo, na falta de vagas em creches e nas filas da saúde. São pautas importantes, que merecem e devem ser aprofundadas.

Mas com pouca inovação na retórica, a falação se tornou monótona.

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Em meio à mesmice, caiu por terra a expectativa de que algum dos prefeituráveis tirasse uma carta da manga para alterar ou no mínimo chacoalhar os rumos da disputa nesta reta final. A estagnação favorece quem está na frente nas pesquisas internas que todos os partidos têm – que dão vantagem a Delegado Egidio – e não muda o cenário entre aqueles que buscam uma vaga no segundo turno – hoje uma disputa concentrada em Ana Paula e Tramontin.

Para o eleitor que já tinha o voto decidido, a impressão é que fica tudo como já estava. Resta às campanhas a avaliação dos impactos do debate para os indecisos, que a esta altura do campeonato provavelmente já formam uma minoria incapaz de provocar grandes surpresas.

Civilizado

Apesar das pautas repetidas, o debate foi marcado pela civilidade. Mesmo com uma ou outra alfinetada, que faz parte do jogo, não houve ataques pessoais e à honra dos candidatos. Resultado: nenhum pedido de direito de resposta foi solicitado, o que é quase um milagre dado os tempos de polarização política.

Variedade

Prevenção a desastres, contenção de enchentes, turismo e lazer tiveram seus momentos de debate, contrapondo pautas que costumam predominar nesse tipo de encontro.

Alvo

Sem nenhuma surpresa, Delegado Egidio (PL), que carrega o carimbo da atual gestão, foi o alvo preferencial dos outros quatro candidatos. Isso talvez explique o fato dele ter sido o que menos interagiu nos momentos que antecederam o início do debate. Os demais conversavam entre si de maneira amistosa.

Dobradinha

Odair Tramontin (Novo) e Ricardo Alba (Podemos) pareceram fazer tabelinhas em alguns momentos. Nos bastidores do debate, foi comum ver assessores de ambos conversando ao pé do ouvido.

Rede social

Alba, aliás, aproveitou a exposição na TV para em pelo menos três oportunidades convocar os espectadores a acompanharem um vídeo publicado no Instagram. Essa estratégia de levar a discussão para a rede social vem sendo usada largamente em São Paulo por nomes como Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB).

Paz e amor

Como tem feito ao longo da campanha, Ana Paula Lima (PT) adotou postura apaziguadora e evitou a polarização ideológica. Na entrevista concedida à NSC TV logo após o encontro, a candidata pediu voto “primeiro no um, depois no três”. Ficou clara a estratégia de evitar uma eventual rejeição ao “13”.

Metralhadora

Rosane Martins (PSOL) acionou a metralhadora nas considerações finais ao disparar contra todos os partidos concorrentes. Sobrou até para o PT, aliado da legenda em outras cidades, como São Paulo. Foi o ponto alto da socialista no debate, que em outros momentos se enrolou com o cronômetro.

Escudo

Ao se despedir, Delegado Egidio (PL) se solidarizou com Mario Hildebrandt (PL). O atual prefeito foi alvo de um ataque mais pesado protagonizado por Odair Tramontin (Novo) em um vídeo que chegou a ser postado nas redes sociais, mas logo foi apagado. Foram poucas as vezes que o candidato do PL citou Hildebrandt diretamente.

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