Não é raro ouvir o empresário Kiko Souza dizer que nasceu dentro de uma fábrica. O caçula de Duda e Adelina Hess de Souza, casal que além de 16 filhos deu vida também à Dudalina, cresceu em meio a malhas e retalhos, mas nunca deixou de alimentar um desejo um tanto mais doce que as camisas feitas pela empresa da família:
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— Sempre sonhei em ter uma fábrica de chocolate, desde criancinha.
O sonho virou realidade depois de adulto, embora um pouco mais tarde do que o planejado. O projeto começou a ganhar corpo entre 2018 e 2019, mas acabou indo parar na gaveta com a crise sanitária imposta pela Covid-19, que afetou outros negócios do empresário. Kiko – ele se chama Marco Aurélio e ganhou o apelido de uma das irmãs logo cedo – precisou então esperar a pandemia passar.
Com o cenário controlado, há cerca de dois anos e com um investimento inicial de R$ 2 milhões ele tirou do papel a marca O Chocolateiro, que aposta em uma linha de produtos finos e premium. O nome simples, mas marcante, foi uma contribuição de um amigo publicitário, que atende uma grande construtora de luxo do Litoral catarinense.
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— Não acreditei quando vi que esta marca não estava registrada — lembra.
Com uma identidade visual que faz alusão a um chocolatier, a marca tem hoje um portfólio de 40 itens, entre barras, bombons, drágeas e Franuí, iguaria de origem argentina que anda em alta nos paladares – é uma framboesa congelada envolta em camadas de chocolate ao leite e branco, mas a empresa já está testando receitas semelhantes com amora, morango e mirtilo. Boa parte da matéria-prima vem da Callebaut, centenária fabricante belga de produtos a base de cacau.
Veja mais fotos da produção da marca O Chocolateiro
O negócio ainda tem escala pequena. Cinco funcionários se dedicam à produção em uma área que já serviu de refeitório para a antiga fábrica da Malwee na Rua Itajaí, em Blumenau. A Beagle, marca de moda também fundada por Kiko, comprou as instalações em 2017 e até hoje mantém lá a base do negócio têxtil.
A produção de chocolates chega a mil quilos mensalmente – a fábrica ainda tem capacidade para processar o dobro – e abastece uma loja própria montada na Rua Curt Hering e alguns pontos de venda, como empórios e lojas especializadas. Outra parte é feita sob medida para clientes, em modelo semelhante ao private label da indústria têxtil.
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Kiko tem planos para ampliar o alcance no varejo, com a entrada em supermercados gourmet e até mesmo quiosques em shoppings, mas antes diz estar focado em maturar e encontrar o ponto de equilíbrio financeiro do negócio. Nada impede também que O Chocolateiro pegue carona na rede de mais de 60 lojas da Beagle pelo país.
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