Em novo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite desta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro pediu um "grande pacto pela preservação da vida e dos empregos" envolvendo os três poderes, governadores, prefeitos e a sociedade.
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Desta vez, Bolsonaro não atacou Estados e prefeituras que têm implementado ações drásticas de combate ao novo coronavírus. O presidente admitiu que "medidas protetivas devem ser implementadas de forma racional, responsável e coordenada" para preservar a saúde dos brasileiros, mas não defendeu explicitamente o isolamento social, medida recomendada por especialistas e autoridades de saúde do seu próprio governo — a palavra "isolamento" não foi dita em nenhum momento ao longo de pouco mais de sete minutos de pronunciamento.
Em vez do enfrentamento direto, Bolsonaro fez coro ao discurso de "proteger o emprego e a renda" que vem sendo pregado por várias entidades empresariais Brasil afora, incluindo de Santa Catarina. Destacou que o governo vai adiar o pagamento das dívidas de estados e municípios e está oferecendo linhas especiais de crédito a empresas, além de um auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais e pessoas mais vulneráveis
— O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença — sublinhou.
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No pronunciamento, o presidente também elencou medidas tomadas na área da saúde, como a aquisição de novos leitos com respiradores, equipamentos de proteção individual e kits de testes para o novo coronavírus.
Foi, em linhas gerais, um tom bem mais ameno do que a fala da semana passada, quando Bolsonaro atacou a imprensa, criticou o fechamento de escolas e do comércio e questionou o "confinamento em massa", subestimando a gravidade da pandemia. Resta saber se o discurso, de agora em diante, fará jus à prática.