A Blumob procurou o sindicato que representa os trabalhadores do transporte coletivo de Blumenau, o Sindetranscol, para negociar redução do quadro de funcionários. Três propostas foram apresentadas à categoria. Uma delas, a que ajudaria a preservar um número maior de empregos, prevê diminuição do vale-alimentação e drástica redução de jornada e salários, apurou a coluna As demais incluiriam demissões incentivadas, que já foram adotadas e poderiam chegar a até 450 profissionais — hoje são em torno de mil pessoas no sistema.
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O Sindetranscol ainda avalia a situação. Vai convocar assembleia geral de trabalhadores para os próximos dias – a previsão inicial é sábado, 1º de agosto – para deliberar sobre o assunto. Mas já sinaliza que fará jogo duro para preservar benefícios e empregos da categoria.
A concessionária tenta se antecipar a uma nova realidade do transporte coletivo. O serviço, por determinação do governo de Santa Catarina, ficou paralisado por três meses em Blumenau a partir da segunda quinzena de março. Foi retomado no dia 15 de junho, mas acabou sendo suspenso novamente pela prefeitura no dia 14 de julho. Neste um mês, o sistema rodou com apenas 20% da ocupação de um cenário normal – que chega a 100 mil passageiros por dia.
Na última semana, o Estado baixou novo decreto, suspendendo o transporte coletivo em diversas cidades por 14 dias a partir da segunda-feira (20) desta semana. Com isso, a atividade, em princípio, estaria liberada em 3 de agosto. Mas diante do cenário de agravamento da pandemia em Santa Catarina, que já tem nove regiões classificadas em nível gravíssimo, é provável que a suspensão seja prorrogada. E mesmo que os ônibus voltem, não há perspectiva alguma de retomada da demanda que existia antes da pandemia.
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O contrato de concessão da Blumob com a prefeitura de Blumenau prevê equilíbrio financeiro. Ou seja, a conta que envolve as despesas com a operação e as receitas – zeradas com a atividade paralisada – precisam garantir um retorno previamente estabelecido à concessionária. Com base nisso, a empresa cobra que o município compense prejuízos pela falta de ônibus nas ruas. É uma conta que chega a R$ 6 milhões a cada 30 dias não rodados.
Uma lista de medidas mitigatórias já foi apresentada. A situação é acompanhada de perto pela Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir), que determinou a criação de um grupo de trabalho para avaliar as propostas. O trabalho está sendo feito, mas decisões não foram tomadas ainda diante das incertezas da situação. Ninguém sabe quando haverá ônibus nas ruas novamente.
Contraponto
A coluna procurou a Blumob ainda na tarde de sexta-feira (24) para comentar o assunto. A empresa deu retorno apenas neste sábado e enviou a nota abaixo:
A empresa apresentou ao sindicato no dia 17 de julho, propostas necessárias para o enfrentamento da crise no transporte público provocada pela pandemia de Coronavírus. A empresa tinha como primeira proposta a manutenção integral dos empregos, mas, para isto, necessidade de negociar a redução de salários e benefícios. Até o momento não houve evolução nesta negociação para o que a empresa considera como proposta viável para o momento.
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