O movimento que defende uma Oktoberfest artesanal, somente com cervejarias do Vale Europeu, parece não ter sensibilizado a prefeitura de Blumenau ao ponto de o formato da festa passar por uma ampla revisão, como querem empresários da região. Uma semana depois de a proposta ter sido apresentada oficialmente ao mercado, o cenário permanece o mesmo de antes. Representantes do setor dizem que não foram procurados pelo poder público desde então para tratar do assunto.
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A prefeitura está convicta de que o modelo adotado até então, que prestigia uma única grande cervejaria, é o mais vantajoso por diluir investimentos e gerar superávit financeiro que ajuda a bancar despesas da Vila Germânica e de outros eventos, como o Natal, o Réveillon e a Páscoa. Olhando para o lado pragmático da história, há um compreensível apego às receitas que o formato tem proporcionado. Mudar isso neste momento “seria uma aventura”, nas palavras de uma fonte ouvida pela coluna.
Por outro lado, o lema “Nossa festa, nossa cerveja” encabeçado pelo movimento é simpático aos ouvidos populares. Os cervejeiros da região têm bons motivos para defender a pauta (escrevo mais sobre neste link), que é legítima, geraria valor cultural e merece ser considerada com especial atenção. Sabendo disso, a prefeitura tratou de agir nos bastidores para tentar justificar o que considera ser benefícios do que já existe. Não há clima e nem parece haver disposição para briga entre as partes, que medem a temperatura do debate antes de dar qualquer novo passo.
A licitação que vai definir a próxima cervejaria oficial da Oktoberfest Blumenau está praticamente pronta, mas ainda passa por revisões finais antes de ser publicada. Como a coluna já havia antecipado, o contrato com a vencedora deve ter seis anos de duração, cobrar um preço mais alto e exigir a construção de um boulevard na Vila Germânica.
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Uma das novidades do edital será a possibilidade de formação de consórcios. A prefeitura tem alegado que a medida atende a reivindicação da categoria por abrir a possibilidade de as cervejarias da região ampliarem o espaço na Oktoberfest em caso de vitória. Nos bastidores, comenta-se do receio de possíveis embaraços jurídicos caso a proposta dos empresários locais fosse adotada. O entendimento é de que isso poderia se visto como limitação de concorrência.
Apesar da disposição da prefeitura de preservar o atual formato, existe a possibilidade de a Oktoberfest se tornar uma festa essencialmente artesanal já em 2023. Para isso acontecer, as cervejarias da região precisariam juntar forças para bater de frente com as grandes multinacionais na concorrência, entrando como franco-atiradoras. Seria uma batalha dura e difícil, mas não totalmente impossível de ser vencida.
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