A julgar pelos anúncios recentes, Blumenau virou a queridinha da vez de grandes grupos supermercadistas. Pelo menos seis redes do ramo estão inaugurando ou pretendem abrir novas unidades na cidade em um futuro não muito distante. Projetos já confirmados somam pelo menos R$ 120 milhões em investimentos, com geração de cerca de 850 empregos.

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Mas estes números, na prática, serão maiores porque em nem todos os casos o tamanho das lojas e a quantidade de funcionários estão definidos. Algumas empresas também optam por não abrir esse tipo de informação por enquanto.

O Norte da cidade desponta como alvo preferido de expansão. Na região da Mafisa, o Fort Atacadista está investindo R$ 60 milhões em uma nova loja com 220 funcionários e previsão de inauguração em novembro. Próximo dali, na Rua Pedro Zimmermann, o Grupo Koch abre na próxima quarta-feira (28) a primeira unidade da bandeira Komprão, de atacarejo, na cidade. Mais R$ 20 milhões e 150 empregos.

A Itoupava Central também está no radar do Preceiro. O atacarejo do Grupo Top vem manifestando intenção de inaugurar uma loja no bairro, mas está reavaliando o projeto. Quem já bateu o martelo e irá expandir para lá é a Cooper, que adquiriu um terreno na Rua Ricardo Georg, próximo ao futuro terminal de ônibus das Itoupavas.

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A cooperativa ainda não crava o valor do investimento na Itoupava Central, mas ele deve seguir padrão semelhante ao de outras unidades. Na Itoupava Norte, por exemplo, a Cooper vai desembolsar R$ 30 milhões para erguer uma nova loja entre as ruas Paris e Itoupava Norte, no mesmo terreno que no passado abrigou redes como Vitória e Mini Preço. Cerca de 230 postos de trabalho serão gerados. O estudo de impacto de vizinhança já foi aprovado e a previsão de inauguração é para junho do ano que vem.

No mesmo período a Cooper planeja inaugurar a ampliação da unidade do bairro Água Verde, onde serão investidos mais R$ 10 milhões, com abertura de outras 50 vagas. A loja da Vila Nova também vai aumentar de tamanho no futuro, mas ficará para mais adiante dentro do calendário de entregas da rede. Neste caso, o tamanho do investimento ainda não está definido.

“Ninguém compra mais porque abriu um supermercado novo na cidade. Quem ganha com isso é o consumidor, que tem uma gama de opções maior. Essa concorrência faz parte e é inevitável. Por outro lado, é salutar porque faz com que todos se mexam, inovando e se aprimorando o tempo todo. Isso é do mercado, e o varejo é muito dinâmico”
Paulo César Lopes, presidente da Acats

Na região central da cidade, o Grupo BIG trabalha na restauração do imóvel que por anos abrigou um hipermercado da mesma marca, em frente ao Terminal Proeb. O local vai abrigar uma unidade do Sam’s Club, no formato de clube de compras. A empresa já abriu processo seletivo para recrutar 115 pessoas. Havia uma expectativa de que a inauguração acontecesse em setembro, mas o cronograma foi revisto.

No Sul, o bairro Garcia irá receber a segunda loja do Supermercados Carol em Blumenau. Ela ficará em um espaço próximo à Coteminas. O projeto de reforma ainda será elaborado e, por isso, o valor do investimento ainda não está definido, mas o empresário Ivan Luiz Tridapalli, o Vavá, adiantou à coluna que a loja será de médio porte, com até 1,5 mil metros quadrados, e que vai empregar de 80 a 100 pessoas.

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Atrativos

Há espaço para todo mundo? Para o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Lopes, o interesse dos grupos varejistas em Blumenau é resultado de uma combinação de fatores. Segundo Lopes, estudos de viabilidade estão apontando a possibilidade de expansão em uma cidade que tem uma das maiores economias do Estado.

— Para crescimento orgânico, que é abertura de lojas novas, procura-se cidades com uma população maior, e com certeza Blumenau está dentro desse perfil — avalia.

A logística também pesa. Muitos projetos estão sendo direcionados para a região Norte porque é para lá que Blumenau tem mais espaço para crescer. 

Além disso, a duplicação da BR-470 coloca essas novas lojas dentro de um corredor de serviços de acesso mais rápido – o que de quebra facilita o abastecimento de mercadorias. O público-alvo, nestes casos, deixa de ser apenas o blumenauense para abranger também moradores de cidades vizinhas.

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Aliás

Pelo menos outras duas grandes redes supermercadistas, que ainda não têm atuação em Blumenau e que estão fora desta lista, estariam avaliando a possibilidade de investir na cidade. O modelo favorito é o do atacarejo porque ele costuma oferecer preços mais em conta ao consumidor, que nos últimos anos – e agora também com a pandemia – está revendo cada vez mais os hábitos de consumo e valorizando ofertas.

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