Por si só, a audiência pública que abordou a municipalização do Complexo Esportivo do Sesi em Blumenau, na noite desta terça-feira (13), será insuficiente para desatar o nó que trava a aquisição em definitivo do espaço pela prefeitura.

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Mas o encontro deixou um recado ao governo de Santa Catarina. Lideranças locais políticas, empresariais, do esporte e da sociedade civil fizeram coro ao discurso de que o prometido repasse de R$ 30 milhões, retirado do orçamento do Estado deste ano após o veto do ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) a uma emenda, é uma obrigação, e não um favor.

A conferir se o barulho produzido é suficiente para ser ouvido no centro do poder em Florianópolis.

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Sem um porta-voz do atual governo Jorginho Mello (PL) para fazer uso da palavra, a reunião proposta pelo deputado Ivan Naatz (PL) foi uníssona em defesa da incorporação do complexo esportivo.

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Prefeito, secretários municipais, vereadores e os presidentes do OAB, do Blumenau Esporte Clube e do Metropolitano lembraram da importância de se ter um estádio municipal e do aproveitamento da estrutura no Vorstadt para outras modalidades esportivas, além da promoção de eventos que podem ajudar a impulsionar o turismo de lazer e de negócios.

Só faltou a cereja do bolo para consagrar a programação. Mais cedo, o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal (MDB), havia retirado da pauta do dia a análise do veto à emenda que garante o dinheiro para a compra do Sesi.

A decisão frustrou deputados de Blumenau, que se articulavam para carimbar o orçamento estadual e trazer a boa notícia para a audiência. Tanto Naatz quanto Napoleão Bernardes (PSD), outro anfitrião da noite, dizem desconhecer os motivos da manobra. Observadores interpretam que o cenário projetado pelos parlamentares, caso fosse concretizado, criaria um fato político com repercussões nos bastidores do poder.

Munição

A estratégia da bancada blumenauense a partir de agora é usar o público e o alcance da audiência como “munição” na briga para derrubar o veto à emenda que garante recursos para a aquisição do Sesi. Questionados pela coluna, Naatz e Napoleão informaram que pretendem trabalhar para incluir o assunto na pauta da Alesc em algum momento na próxima semana. Ambos dizem ser “questão de honra” garantir o repasse milionário a Blumenau. Os próximos dias vão testar a influência e a capacidade de articulação dos representantes da cidade junto ao governo estadual.

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Aliás

Interessada na venda do Sesi, a Fiesc enviou representante à audiência pública. Já no final do encontro, o vice-presidente para o Vale, Ulrich Kuhn, tomou a palavra para fazer um lembrete: disse que dinheiro que a federação receberá na transação voltará para Blumenau e região por meio de investimentos em educação profissionalizante, foco do planejamento estratégico da entidade para os próximos anos. Segundo Kunh, o valor pedido pela entidade, de R$ 31,3 milhões, segue de pé.

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