Em uma assembleia de cerca de quatro horas e mais de uma centena de manifestações, cooperados da Unimed Blumenau rejeitaram, na noite desta quinta-feira (30), a retomada das obras do hospital geral no bairro Vila Nova. A decisão, contrária ao posicionamento do conselho de administração, que já havia dado aval para o reinício dos trabalhos, torna incerto o futuro da estrutura, cuja construção está paralisada desde 2016.
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— Precisamos digerir o que aconteceu, sentar e definir o que fazer agora — disse à coluna o médico Alexandre José Ferreira, presidente da Unimed Blumenau.
Os cooperados foram convocados a deliberar sobre duas pautas. A primeira era a aprovação da retomada da construção do hospital geral e a anuência para a contratação de um empréstimo bancário para tocar as obras, com base em um estudo de viabilidade. A proposta previa um financiamento de 20 anos, com carência de 18 meses.
A possibilidade, no entanto, foi rejeitada com 360 votos contrários, diante de 204 favoráveis e quatro abstenções. Com isso, a votação do segundo item da pauta, que pedia aval dos cooperados para a compra de imóveis vizinhos, necessários para criar áreas de estacionamento, acabou esvaziada e seguiu pelo mesmo caminho.
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O receio de contrair um endividamento de longo prazo e de um novo hospital disputar mercado com clínicas particulares teria pesado pela não aprovação do projeto, apurou a coluna.
O projeto
Levantamentos internos da Unimed Blumenau apontaram a necessidade de uma quantia próxima a R$ 130 milhões para finalizar e equipar o hospital, que teria 120 leitos – 20 deles de UTI adulto, cinco de neonatal e outras cinco infantis. Nesta conta entrariam os valores necessários para comprar os imóveis vizinhos mapeados. O empréstimo seria necessário porque a cooperativa tem apenas R$ 25 milhões em recursos próprios destinados à construção em caixa.
As obras seriam divididas em três fases. A primeira e maior, a ser efetivada em 24 meses, demandaria investimentos de R$ 70 milhões, com previsão de instalação de 60 leitos. As outras duas etapas, com implantação gradativa de novos leitos, seriam acionadas a partir do atingimento de algumas metas – como o nível de ocupação da unidade.
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