A Elcano, empresa de capital espanhol que tem planos para transformar a área ocupada pelo Estaleiro Itajaí em um terminal de granéis líquidos, num investimento que pode chegar a R$ 300 milhões, sugere que o espaço teria um potencial subutilizado. Em documento entregue ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC), destacado pela coluna na última semana, a companhia alega que, nos últimos 15 anos, a operação de fabricação e reparação de embarcações ficou paralisada a maior parte do tempo.
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Neste período, houve movimentações apenas entre 2008 e 2009, para reparação de três navios gaseiros; em 2011, para atividades básicas; e entre 2014 e 2015, quando ali foram construídos módulos para plataformas de perfuração e operação de petróleo.
A ociosidade levou o grupo a iniciar levantamentos que apontassem a atividade mais indicada para readequar as instalações do estaleiro. A conclusão, a partir de análises de viabilidade técnica e econômica, foi por um terminal de movimentação de granéis líquidos.
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Informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) citadas no estudo sugeriam oportunidades para investimentos em terminais que favoreçam a “interiorização de grandes volumes de combustíveis” em áreas que já tenham conexão com portos, já que a oferta atual seria insuficiente para atender a demanda. Cerca de 80% do setor de transportes do Brasil depende de óleo diesel e gasolina.
Ao aproveitar parte de uma estrutura já ligada ao setor naval, a Elcano diz ainda acreditar que pode reduzir os impactos negativos ao meio ambiente e diminuir custos com a implantação.
“Além disso, há de se considerar o impacto positivo de se aproveitar uma área que já vinha sendo desmobilizada, e que deverá voltar a gerar empregos, renda e tributação para o município”, comenta a empresa no relatório.
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No material, o grupo revela ainda que considerou a construção do terminal em Navegantes, na única outra área da região, na margem oposta do Rio Itajaí-Açu, que atenderia aos requisitos técnicos necessários à operação.
A alternativa foi descartada porque o terreno pertence a terceiros e haveria, segundo a empresa, contestações na Justiça envolvendo a propriedade do imóvel, o que poderia inviabilizar uma possível negociação no curto prazo.
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