Os vereadores Marcos da Rosa (DEM) e Oldemar Becker (DEM) anunciaram que vão descontar 10% dos seus salários de junho, com o mesmo percentual também retroativo a maio. A informação foi confirmada à coluna pela coordenação de RH da Câmara de Blumenau. Ambos integravam a relação dos quatro parlamentares da Casa que não haviam autorizado o corte nos vencimentos do mês passado.
Continua depois da publicidade
> Em site especial, saiba tudo sobre o novo coronavírus
A publicação da coluna sobre o caso provocou forte reação, com críticas aos vereadores que não aderiram à medida. No dia 14 de abril, a Câmara de Blumenau anunciou que reduziria em 10% os salários de parlamentares e diretores nos meses de maio e junho. Os valores economizados seriam destinados a um fundo criado para custear ações de combate à Covid-19 no município.
Os vereadores têm salário bruto de cerca de R$ 11 mil, mas o desconto incide sobre os vencimentos líquidos e não passaram de R$ 838 em maio. A doação, no entanto, dependia de adesão, com manifestação por escrito formalizada junto ao RH da Casa.
Questionado pela coluna, o vereador Marcos da Rosa disse à época que, quando decidiu autorizar o desconto, no dia 26 do mês passado, a folha do mês de maio já tinha sido fechada. Já Becker alegou que não estava no gabinente quando o RH passou para recolher as assinaturas. Ambos informaram que fariam as doações em junho.
A folha salarial deste mês, que será paga em julho, foi fechada no dia 20. Segundo a coordenação de RH da Câmara, até esta data os vereadores Almir Vieira (PP) e Jovino Cardoso (Solidariedade), os outros dois que não tinham autorizado o corte de salários, não haviam se manifestado sobre o assunto. Os dois já disseram à coluna que consideram a medida demagógica e que defendem um corte maior, de 50%, para provocar impacto financeiro relevante – eles dizem que há projeto interno com essa proposta.
Continua depois da publicidade
Nos cálculos de Vieira, uma redução de 10% nos salários dos vereadores renderia uma economia mensal em torno de R$ 9 mil, suficientes para comprar apenas equipamentos de proteção individual como álcool gel, luvas e máscaras – itens que na opinião dele estão sobrando. Já um corte de 50% renderia até R$ 65 mil, quantia capaz, segundo Vieira, de adquirir um respirador por mês, o que seria mais efetivo para ajudar a salvar vidas.
— Fazer um desconto por fazer, não faço esse tipo de política.
Quer receber notícias e análises de economia, negócios e o cotidiano de Blumenau e região no seu celular? Acesse o canal do blog no Telegram pelo link https://t.me/BlogPedroMachado ou procure por "Pedro Machado | NSC" dentro do aplicativo.