O que costuma ser rotina – e uma obrigação trabalhista – para a maioria das empresas foi motivo de comemoração à parte para a Teka nesta semana: uma das mais tradicionais indústrias têxteis do Brasil pagou os salários de todos os funcionários no quinto dia útil de outubro e em parcela única. É a primeira vez que isso acontece desde abril de 2012.
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Em recuperação judicial desde novembro daquele ano, a empresa blumenauense se habituou, nos últimos tempos, a parcelar o pagamento dos salários em até três vezes, uma consequência das dificuldades financeiras. A partir de outubro de 2019, quando teve início uma reestruturação interna, reduziu para duas. Somente em 2020 os vencimentos começaram a ser quitados de uma única vez, mas geralmente ao final da primeira quinzena do mês.
— A gente conseguiu se reorganizar e acertar um dos pontos que eram um dos maiores problemas dentro da Teka — diz Fabiane Esvicero, gestora judicial da companhia e que responde oficialmente pela presidência desde junho do ano passado.
Garantir o pagamento em dia era uma das primeiras grandes metas no processo de recuperação da empresa – objetivo que a presidente credita ao trabalho em equipe. Mas isso não significa que a Teka está com vida fácil. Como todas as grandes do ramo, a companhia sofreu com a pandemia. O faturamento mensal, que em fevereiro foi de R$ 14,6 milhões, caiu pela metade em março, motivado pelo cancelamento de pedidos.
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Com o fluxo de caixa comprometido, a Teka precisou acionar a Justiça para impedir o corte de energia elétrica e conseguiu renegociar o pagamento de faturas atrasadas, o que garantiu algum fôlego financeiro. A empresa também desligou cerca de 180 pessoas – a maior parte menores aprendizes e funcionários que estavam em período de experiência e não tiveram os contratos efetivados – e aderiu à medida provisória editada pelo governo federal, reduzindo jornada e salário de cerca de mil colaboradores das unidades de Blumenau e Arthur Nogueira (SP).
Agora, com o mercado dando sinais de retomada e a crescente demanda por artigos para o lar, a Teka retomou as boas expectativas. Outras novidades e mudanças devem ser anunciadas até o fim do ano, promete Fabiane.
Aliás
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina negou um agravo de instrumento apresentado pelos antigos administradores da Teka. Eles questionavam a legalidade da assembleia geral de credores que elegeu Fabiane para o cargo de presidente da companhia, realizada em junho do ano passado.
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