Dificuldades para pagar salários em dia, atrasos no depósito do fundo de garantia dos trabalhadores e a disposição de promover um radical corte de funcionários na fábrica de Blumenau são evidentes sinais de que a Coteminas vive um período de turbulência. Apesar dos indicativos, a atual situação financeira de uma das maiores fabricantes de artigos de cama, mesa e banho do Brasil tem ares de mistério.

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A Coteminas é uma empresa de capital aberto e, por isso, deve prestar contas a acionistas, mas o último balanço operacional divulgado faz menção ao terceiro trimestre de 2022. Desde então, pouco se sabe sobre números oficiais. No dia 28 de março, a companhia comunicou que postergaria a entrega das demonstrações financeiras consolidadas do último ano. Ao que tudo indica, não concluiu a papelada dentro do prazo habitual.

O cenário deve ficar mais claro a partir 14 de agosto. É nesta data, segundo novo comunicado divulgado ao mercado no dia 30 de junho, que a Coteminas irá apresentar dados do exercício de 2022 e informações financeiras referentes ao primeiro e segundo trimestres de 2023. Além de trazer um recorte mais atualizado do quadro, é provável que o balanço informe também perspectivas para os negócios a partir da parceria firmada com a Shein, que já começou a se materializar em produção no Rio Grande do Norte.

Do que se tem à disposição para análise no momento, as leituras não são das mais animadoras. O balanço do terceiro trimestre de 2022 revela uma queda de 25,5% na receita operacional líquida acumulada da empresa no ano, para R$ 1,25 bilhão. O prejuízo líquido consolidado acumulado entre janeiro e setembro do ano passado atingiu R$ 466,3 milhões.

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Nesse balanço, a Coteminas informou que estava reestruturando a sua operação “de forma a melhorar a sua rentabilidade”. A decisão ocorreu, conforme a companhia, diante de um contexto econômico impactado pela pandemia de Covid-19 e pela queda no poder de consumo das famílias por causa do avanço da inflação, que também aumentou custos de produção.

Como a coluna já havia destacado, as medidas incluíram reorganização da linha de produtos, com diminuição de itens fabricados para reduzir a complexidade industrial, e venda de ativos não operacionais para fazer caixa.

Nove meses se passaram desde a divulgação do último relatório e muita coisa mudou. A conferir o que a empresa terá a dizer em agosto.

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