A Altenburg bateu o martelo: Tiago Altenburg, filho do atual presidente da empresa, Rui Altenburg, herdará o bastão do pai e vai assumir o comando de uma das maiores indústrias têxteis do Brasil e líder na fabricação de travesseiros na América Latina. A transição já está em curso e será oficializada ao longo de 2022, ano em que a empresa de Blumenau passará a integrar o seleto grupo de companhias centenárias.

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Tiago é da quarta geração da família dona da empresa, fundada em 1922 pela bisavó Johanna Altenburg. Com 37 anos, é o segundo de três filhos de Rui. Tem graduação em Engenharia Industrial Têxtil e vem complementando a sua formação, nos últimos anos, com cursos de especialização nas áreas de gestão de pessoas, inovação e estratégia. Atualmente ocupa o cargo de diretor comercial, mas já passou por praticamente todos os setores da companhia, onde trabalha desde 2007.

— Sempre fui muito interessado em todos os processos e meu pai sempre me deixou muito à vontade dentro da empresa. Nesses 15 anos fazendo parte da Altenburg me sinto preparado para o novo desafio — destaca o futuro presidente.

Ao longo desse período, o jovem executivo atuou em diversas frentes, como gestão da qualidade e gerência de vendas. Antes de assumir a área comercial, onde é responsável pelos canais de venda, também passou pelas diretorias industrial, que compreende a produção e a logística, e de marketing e produto. Tiago era presença recorrente ao lado do pai em reuniões gerenciais e de diretoria e acompanhou de perto grandes decisões estratégicas tomadas pela companhia.

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Rui Altenburg se prepara para deixar o comando da empresa após mais de 50 anos
Rui Altenburg se prepara para deixar o comando da empresa após mais de 50 anos (Foto: Pedro Waldrich, Divulgação)

Rui, por outro lado, se prepara para deixar a presidência após mais de meio século no cargo. Concluída a transição para o filho, passará a atuar como presidente do conselho de administração da empresa. Não deve mais ter presença tão intensa no dia a dia do negócio, mas seguirá monitorando a nova gestão.

— O desafio é grande, ainda mais numa empresa familiar e centenária. Estou há mais de 50 anos à frente da gestão da Altenburg e tive a grata satisfação de poder preparar os meus filhos para dar sequência ao processo de crescimento e desenvolvimento da empresa, seja como gestor ou acionista — avalia.

A Altenburg tem quatro fábricas no Brasil – a mais recente foi inaugurada no ano passado em Nossa Senhora do Socorro (SE) – e uma no Paraguai. Tem produção mensal de mais de 1,6 milhões de produtos de cama, mesa e banho e exporta para mais de 30 países. No varejo, conta com uma rede de 13 lojas próprias, mas está presente em 10 mil pontos de venda, incluindo canais multimarcas. A empresa tem um faturamento anual acima de R$ 450 milhões (dado de 2020).

Negócio em família

Internamente, a Altenburg trata o movimento como uma transição, e não uma sucessão. Até porque os princípios da administração não sofrerão grandes mudanças. A confirmação do nome de Tiago preserva o caráter familiar da gestão. Antes dela, a companhia flertou com a possibilidade de alçar um nome de fora para o cargo de presidente. 

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O executivo Ilton Tarnovski, que construiu carreira na Dudalina, chegou a ser recrutado como vice e vinha sendo preparado para assumir a função, mas o núcleo familiar que administra a Altenburg recuou. Tarnovski acabou deixando a empresa e encaminhou a ida para a Beagle, que atua no ramo de moda.

Para Tiago, essa continuidade da gestão não é um evento, mas sim um processo. De acordo com ele, a Altenburg teve tempo para construir uma relação diferente dentro da empresa.

— Muito estudamos e entendemos que estamos maduros para mantermos a gestão sob controle familiar, focando não apenas no centenário, mas também na expansão, tanto de nossas lojas e fábricas, bem como com os novos modelos de atuação frente ao mercado — justifica.

Apesar de por ora manter o negócio sob o controle da alta cúpula familiar, a empresa sinaliza que isso pode mudar no futuro.

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— A Altenburg acredita muito no investimento nas pessoas que compõem a equipe para assumir cargos superiores, inclusive, futuramente um cargo de CEO — diz Rui.

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