Puxada pela força das águas, Itajaí foi a cidade do Vale que mais criou novos empregos formais em 2020. O saldo de vagas – diferença entre contratações e demissões – chegou a 3.726, um desempenho bem acima da média na comparação com outros municípios da região. Entre as maiores economias de Santa Catarina, o resultado só não foi melhor do que os de Joinville (+6.157), São José (+5.308) e Chapecó (+4.488).
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Foi a cadeia logística que impulsionou a criação de empregos em Itajaí em 2020. Das 3.726 vagas abertas no município, 2.170 vieram da área de serviços. Metade delas (1.088) foram do setor de transporte, armazenagem e correio. Só o subsetor de transporte rodoviário de cargas teve um saldo positivo de 872 novos postos de trabalho no ano passado. O presidente do Sindicato das Empresas de Veículos de Transporte de Carga e Logística de Itajaí e Região, Paulo Afonso Espíndola, confirma o aumento da procura.
A demanda maior por serviços logísticos casa com o crescimento da atividade portuária, principal fonte de riqueza da economia local. O complexo de Itajaí e Navegantes encerrou 2020 com um recorde histórico na movimentação: alta de 15% em TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) e de 14% na tonelagem. São números que colocam o complexo como o segundo maior do Brasil, atrás apenas de Santos (SP).
Segundo o porto, as exportações, com destaque para a proteína animal, representaram 61% das cargas movimentadas. As outras 39%, referente a importações, corresponderam principalmente a produtos mecânicos, eletrônicos e químicos e artigos têxteis diversos. O investimento milionário na nova bacia de evolução foi fundamental na evolução dos números, já que abriu caminho para que os terminais pudessem receber navios maiores, com maior volume de cargas.
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Outro fator que abriu novas perspectivas para a economia da cidade foi a assinatura de um contrato bilionário com a Marinha do Brasil para a produção de navios militares em um estaleiro local, dando novo fôlego à indústria de construção naval.
— Toda essa recuperação portuária, do rio e do mar, que é o pulmão da economia itajaiense, fez com que viesse a reboque a geração de empregos em Itajaí. Quando isso funciona bem, a cidade toda acaba ganhando — avalia Giovani Testoni, secretário de Desenvolvimento Econômico do município.
A prefeitura agora está correndo para desapropriar imóveis particulares próximos ao porto. O objetivo é ampliar a área portuária primária, já que a capacidade de estocagem está no limite, diz Testoni.
Contraste a poucos quilômetros
A vizinha Balneário Camboriú, por outro lado, perdeu 1.401 empregos formais em 2020, o pior resultado entre as cidades do Vale. O contraste se deve a perfis econômicos bem distintos. No balneário, é também o setor de serviços que pesa mais, mas de outras atividades relacionadas ao turismo e aos eventos, dois dos setores mais comprometidos na pandemia. O ramo hoteleiro, por exemplo, terminou o ano com saldo negativo de 387 vagas. Bares e restaurantes perderam outras 328.
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Depois de Itajaí, Brusque foi a cidade do Vale que mais criou postos de trabalho no ano passado: 1.012. Na sequência vem Navegantes, com 927, também com influência do mar – a fabricação de produtos de pescados foi um dos destaques, com abertura de 327 novos empregos. Blumenau, maior município da região, ficou praticamente no zero a zero, com saldo positivo de 60 novas vagas.
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