A nova escalada do desemprego no Brasil, confirmada pelos números mais recentes do IBGE divulgados nesta terça-feira, reforça que desatar o nó que trava o crescimento da economia exige muito mais do que confiança e boa vontade – são necessárias também medidas mais concretas de estímulo à geração de renda e riqueza.
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Aos números: a taxa de desocupação no país encerrou o primeiro trimestre em 12,7%. Ao final de 2018, considerando o período entre outubro e dezembro, o índice era de 11,6%. Desde então, 1,2 milhão de pessoas engordaram a fila dos desocupados, que já soma 13,4 milhões de almas.
Duas ponderações importantes sobre o índice de desemprego precisam ser feitas. Na mesma base comparativa, ou seja, olhando para o primeiro trimestre de 2018, a taxa recuou (era de 13,1%). É preciso lembrar também que o os primeiros meses do ano costumam ser marcados pela demissão dos temporários contratados na reta final do ano anterior, então a oscilação nesta época é comum.
Ainda assim, os resultados não deixam de ser desanimadores, até pelo tamanho da expectativa criada em torno dos novos governos. A atividade econômica ainda patina, e só quando ela der sinais de reação mais vigorosa haverá redução das taxas de desemprego.
É insensatez esperar uma transformação tão grande em apenas quatro meses de uma política que se propõe liberal. Mas é inegável que a sequência de indicadores negativos, aqui acrescentando as revisões para baixo de expansão do PIB em 2019 – de 2,53% para 1,70%, segundo o boletim Focus do Banco Central –, está fazendo minguar a cota de otimismo.
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