Se ainda havia dúvidas, eis agora uma prova de que o transporte coletivo de Blumenau sairá menor da pandemia. A Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir) autorizou a Blumob a reduzir a quantidade de ônibus da operação. Com isso, o sistema terá 15 veículos do tipo leve, os mais comuns, a menos. O volume corresponde a 7% da atual frota — em torno de 215 carros. A decisão foi publicada nesta terça-feira (11) no Diário Oficial do Município.
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O pedido de redução foi feito pela concessionária como forma de atenuar as perdas econômicas em meio à crise desencadeada pelo novo coronavírus. A Blumob cobra do poder público prejuízo mensal de R$ 6 milhões com o sistema paralisado e já apresentou medidas que considera compensatórias. O contrato de concessão garante à empresa equilíbrio financeiro e também permite readequação da quantidade de ônibus na operação, de acordo com a demanda.
Atualmente há 129 ônibus do tipo leve no sistema, sendo 122 operacionais e sete reservas. A diminuição, além de poupar despesas com combustível e manutenção, também reduz o investimento que a Blumob terá de fazer para renovar a frota no futuro, como prevê o contrato. A estimativa é de uma economia de R$ 9,5 milhões até o fim da concessão, que vai até 2037.
“Cabe nesta hora, antes de pontuar normas contratuais, deter-se sobre a concessão, com um olhar voltado à preservação dos serviços e assim evitar um colapso, que será sem sombra de dúvidas muito pior para toda a sociedade”, escreve o diretor-geral da Agir, Heinrich Pasold, na decisão.
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O transporte coletivo de Blumenau foi suspenso no dia 17 de março, quando o governo de Santa Catarina decretou a quarentena. O serviço foi retomado no dia 15 de junho e voltou a ser paralisado em 14 de julho. Nesse meio tempo, operou com metade da oferta, mas com uma demanda na faixa de 20% a 25% de um cenário normal.
No despacho, a Agir diz que a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Seterb) deve agora elaborar estudos para verificar a viabilidade operacional da frota reduzida. Forte tendência de isolamento social, home office, adaptação aos meios de locomoção para trabalho, desemprego e crise econômica impactarão na demanda futura de passageiros e abrem margem para uma reprogramação do serviço na cidade, segundo a agência.
A diminuição da quantidade de ônibus, por outro lado, não deve ter efeito significativo na tarifa quando o sistema for retomado. Estudos preliminares citados pela Agir apontam que a redução da frota tem impacto de um centavo no preço da passagem.
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