A coluna circulou por toda Rua XV de Novembro, principal via comercial de Blumenau, na manhã desta quinta-feira para saber como está a recepção à Semana do Brasil, uma espécie de Black Friday nacional lançada pelo governo federal na tentativa de injetar novo ânimo às vendas do varejo em setembro.

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Foram quase duas horas de caminhada e conversas com diversos lojistas e vendedores. O presidente do Sindilojas, Emilio Schramm, acredita que quem embarcar vai colher bons resultados na balança final, mas o que se vê até agora, a poucos dias do término da ação, é uma adesão tímida. Compartilho a seguir algumas percepções a partir do que vi e ouvi:

1. Proporcionalmente, é pequena a quantidade de lojas que expõe o verde e o amarelo nas vitrines. Quem o fez, apostou principalmente em balões coloridos e bandeiras do Brasil – o suficiente para alguns pensarem se tratar de resquícios de decoração em alusão ao Dia da Independência. Outras ostentam apenas faixas e adesivos não muito grandes, fornecidos pelo Sindilojas. A maioria espera o término da ação para falar em resultados.

2. A campanha começou no dia 6 e termina neste domingo. Alguns lojistas avaliaram que o movimento foi bom entre sexta-feira da semana passada e esta segunda, mas ainda é difícil saber se isso é uma consequência direta da divulgação da iniciativa ou uma consequência da combinação feriado, fim de semana e calendário de pagamento de salários.

3. Em muitas lojas, principalmente de vestuário, os vendedores não sentiram diferença significativa de público. Mas praticamente todas as grandes varejistas de móveis e eletros viram o fluxo aumentar – há quem diga que, por formarem uma ampla rede, conseguiram investir mais em promoções de até 70%, uma isca atrativa para os consumidores. Celulares, eletrônicos e eletrodomésticos da linha branca estão entre os produtos mais procurados.

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4. Há lojistas e vendedores que acreditam que muitas pessoas que passam pela Rua XV de Novembro não sabem que existe um movimento nacional de estímulo ao consumo. Dois fatores explicariam isso: período curto de publicidade prévia e o fato de ser apenas a primeira edição da Semana do Brasil – normal, portanto, que muitos não façam ideia do que se trata.

5. De uma maneira geral, quem está no dia a dia do varejo vê com bons olhos a iniciativa, principalmente por ocorrer em um mês sem uma data de grande apelo de vendas. Há um consenso de que a iniciativa “não vingou” como se esperava, mas que é preciso repeti-la nos próximos anos para que se consolide na lembrança do consumidor, a exemplo do que aconteceu com a Black Friday.

Shoppings

Os dois shoppings da Almeida Junior em Blumenau, o Neumarkt e o Norte, não lançaram campanha específica para a Semana do Brasil, embora algumas lojas tenham feito ações por conta própria. No Park Europeu, por outro lado, a divulgação da iniciativa tem sido mais intensa. Cerca de 90% das operações da operação aderiram e o fluxo de público no final de semana de feriado foi 25% superior em relação ao mesmo período de 2018.