Dois dos principais acionistas da Cia. Hering que não têm ligação direta com a família fundadora manifestaram apoio à operação que prevê a incorporação da companhia pelo Grupo Soma. O negócio, avaliado em R$ 5,14 bilhões, foi anunciado em conjunto pelas partes nesta segunda-feira (26).

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A Atmos, gestora de recursos que administra fundos titulares de 14,14% do capital social da empresa, classificou a operação como “benéfica à Hering e seus acionistas” em correspondência endereçada à companhia.

No documento, tornado público pela própria Cia. Hering, a Atmos acrescenta que os negócios das duas companhias são complementares e que a operação, além de trazer sinergias, “irá garantir e acelerar a continuidade do processo de modernização da Cia. Hering que já se encontra em curso”.

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A Velt Partners, gestora de investimentos detentores de 8% do capital da companhia, seguiu linha semelhante, ressaltando que a operação representa “um importante passo para a Hering”.

Também em correspondência, lembrou que o histórico e a experiência do Grupo Soma em processos de incorporação, com preservação da cultura e marcas envolvidas, “nos leva a crer que o projeto de revitalização e modernização da Hering hoje em curso poderá ser acelerado e fortalecido”.

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O apoio de fundos de investimento é importante, mas a palavra final de herdeiros tem mais peso. O “sim”, no entanto, não será problema. Os chamados “acionistas de referência” da Hering já assinaram um compromisso que prevê voto favorável à aprovação da operação em assembleia, que deve ser convocada em maio e realizada em junho.

Em apresentação ao mercado nesta segunda-feira (26), executivos das duas empresas, incluindo Fábio Hering, presidente da Hering, também informaram que estimam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprove a operação até o fim de junho. 

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A proposta de R$ 5,14 bilhões inclui R$ 1,5 bilhão em dinheiro e o restante em ações da Soma a serem distribuídas a acionistas da Cia. Hering – que passarão a ter 34,4% do capital da empresa combinada.

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Juntas, as duas empresas formarão um conglomerado de moda dono de pouco mais de mil lojas e receita bruta somada de R$ 3,74 bilhões – considerando dados de 2019. A marca Hering, principal da companhia blumenauense, vai manter a autonomia operacional e será comandada por Thiago Hering, que vinha sendo preparado para suceder o pai, Fábio Hering, na presidência da empresa. Fábio, por sua vez, assumirá a cadeira de presidente do Conselho.

Jogou a toalha

Depois de ser ultrapassada pelo Grupo Soma nas tratativas com a Cia. Hering, a Arezzo divulgou comunicado ao mercado nesta terça-feira (27) informando que não vai fazer uma nova oferta pela companhia. 

A empresa ressaltou também “que seguirá fiel à sua bem-sucedida estratégia de crescimento, orgânico e por aquisições, sempre observando a racionalidade e a defesa dos interesses de todos os seus acionistas”.

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