Blumenau ostenta o título de capital nacional da cerveja, mas também é berço de uma vodka premiada internacionalmente. Engarrafada pela primeira vez em 2013, a bebida destilada produzida pela Kalvelage dribla o senso comum de uma região que se habituou a brindar a base de lúpulo e malte e vem colecionando medalhas em concursos fora do Brasil.
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As conquistas mais recentes vieram no San Francisco World Spirits, competição disputada em abril que reuniu 3,5 mil rótulos de destilados de todo o planeta. A empresa subiu ao pódio com dois ouros, nas categorias vodka e gim, e levou uma prata na categoria vodka saborizada.
Com os resultados da competição deste ano, a Kalvelage já acumula 20 medalhas em concursos internacionais, em muitos casos desbancando concorrentes importados bem mais famosos. É um reconhecimento a uma marca que nasceu seguindo uma cartilha comum: os fundadores sentiam falta de destilados nacionais de qualidade.
Os irmãos Marcos, um engenheiro que trabalhou por anos no setor de mineração, e Maurício Kalvelage, arquiteto, pensavam em se aposentar e montar uma destilaria como hobby. No início dos anos 2000, eles começaram a estudar o assunto, visitar produtores e a fazer os primeiros testes. Familiares e amigos, naturalmente, foram as primeiras “cobaias” dos produtos. A reação surpreendeu.
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— Quando começou o feedback positivo, montamos o plano de negócio — lembra Marcos.
A empresa em si acabou ganhando corpo apenas em 2012. Em 2013 saiu a primeira garrafa de vodka, que hoje decora a entrada de uma loja conceito que a Kalvelage mantém em Blumenau, e no ano seguinte veio o primeiro prêmio internacional. Em 2018, o gim passou a integrar o portfólio. A produção, por outro lado, acontece em Botuverá, pouco mais de uma hora de distância de carro. Lá os irmãos-sócios dizem ter encontrado as condições ideais, incluindo a qualidade da água disponível.

A linha
Discreta sobre números para “não chamar a atenção do mercado”, a empresa prefere não abrir dados da produção, embora revele que a atual capacidade instalada na fábrica permite a ampliação do volume. As conquistas em concursos, no entanto, acabam falando por si.
— Essas premiações internacionais são a prova de que não somos nós que estamos falando que os nossos produtos são bons, e sim os juízes do mundo inteiro — considera Marcos.
Com uma linha de três tipos de vodkas e um gim, a Kalvelage está presente em bares, restaurantes e empórios dos três estados da região Sul, além de São Paulo, Espírito Santo e em alguns mercados do Nordeste. São segmentos que sofreram com restrições impostas pela pandemia, mas Marcos diz que a empresa conseguiu absorver bem os impactos. Ele promete lançar novos produtos e também já negocia exportar para outros países.
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