Não demorou muito. A primeira sessão do ano na Câmara de Blumenau, nesta terça-feira (4), já reservou uma troca de farpas entre vereadores, numa reprodução local da polarização protagonizada no Brasil entre PT e PL. Os dois partidos aumentaram a bancada na atual legislatura – os petistas passaram a ter dois vereadores, e os liberais elegeram três nomes.

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A “treta” começou quando o veterano Adriano Pereira (PT) disse, durante discurso na tribuna, estar “preocupado com esse início de 2025”. No melhor estilo oposição, o parlamentar citou a falta de remédios em postos de saúde, problemas de falta de água, o contrato emergencial da merenda escolar e a projeção de déficit no orçamento. Também falou em “desleixo total” ao se referir à manutenção de ruas.

— A nossa cidade já foi a cidade jardim, hoje é a cidade capim — disparou.

Vereador de primeira viagem, Flávio Linhares (PL) pediu a palavra para retrucar o colega. O parlamentar “federalizou” a discussão ao mencionar a redução de verbas do orçamento da União destinadas ao combate a desastres naturais.

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— É interessante falar, talvez, como o senhor é do PT, talvez cobrar o governo federal, que quando (houve) pedido de demandas ali que vieram de 2023, reduziram em um terço para as obras tão necessárias diante ao desastre que a gente viveu.

A intervenção incomodou o petista, que passou a atacar a gestão Bolsonaro, a quem se referiu como “ex-presidente inelegível”. Na sequência, Pereira exibiu um vídeo em que aparece fiscalizando ruas de Blumenau. Na volta, ele alfinetou o vereador novato.

— Aqui tem trabalho, vereador Flavinho. Aqui não tem vereador eleito em onda de partido, não tem vereador eleito com apadrinhado — esbravejou.

Linhares é ex-assessor da deputada federal Julia Zanatta (PL) e apadrinhado do também deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que durante a campanha gravou vídeo indicando voto ao vereador. Ambos são duas proeminentes figuras do bolsonarismo no Congresso Nacional.

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A tréplica desencadeou um princípio de bate-boca entre Pereira e Linhares. O presidente da Câmara, Ito de Souza (PL), precisou intervir e chegou a ameaçar suspender o uso da palavra. Com os ânimos acalmados, a sessão seguiu. Mas a estridência ideológica está plantada. A condução dos trabalhos no Legislativo dirá se o episódio desta terça foi uma exceção ou uma prévia do que está por vir.

A primeira “treta” do ano na tribuna da Câmara de Blumenau

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