Uma novidade da edição deste ano pode marcar o início de uma revolução na Oktoberfest Blumenau. O inédito consórcio de cinco microcervejarias que garantiu presença na festa aumenta o leque de rótulos e estilos disponíveis ao público, mas não é só isso. Também torna possível que pequenas marcas do Vale Europeu façam parte de um dos principais eventos do Brasil. Sozinhas, elas não teriam estrutura nem cacife para disputar uma licitação.

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Trata-se de um divisor de águas benéfico para todos. A Oktoberfest Blumenau fica mais democrática ao destinar um ponto de venda especialmente para cervejarias com baixo volume de produção. O poder público cumpre o seu papel ao estimular o desenvolvimento de um segmento da economia. O setor agradece. Maior diversidade de marcas ajuda a consolidar a imagem da região como polo produtor. A empresa que entra na festa ganha visibilidade e pode aproveitar a vitrine para crescer. O público ganha com mais variedade no cardápio.

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Esta nova etapa complementa uma estratégia que começou há cerca de 15 anos. Uma das medidas para reposicionar a imagem da Oktoberfest Blumenau como evento da tradição e da gastronomia foi incluir cervejarias artesanais locais na festa. Aos poucos a participação delas foi crescendo. Em 2022, marcas regionais vão ocupar oito dos 22 pontos de venda fixos dentro da Vila Germânica. E querem mais. O presidente da Associação Vale da Cerveja, Valmir Zanetti, é um dos principais entusiastas da ideia de ceder cada vez mais espaço a empresas do Vale Europeu.

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— A gente vem há bastante tempo buscando mais espaço. São mais de 30 cervejarias na região.

Há quem defenda até mesmo a possibilidade de se fazer a Oktoberfest Blumenau apenas com marcas do Vale. A ideia esbarra principalmente em uma questão de ordem financeira. No atual modelo econômico da festa, boa parte dos custos, como a decoração dos pavilhões da Vila Germânica e outras obrigações, é bancada pela cervejaria oficial. Como o investimento é muito alto, o posto geralmente fica restrito a grandes conglomerados do ramo. É o caso da Ambev, que venceu a licitação para 2022 e indicou a Spaten para ser a protagonista do evento.

Este cenário pode mudar a partir de 2023. Embora o foco das atenções da organização esteja em tirar a Oktoberfest Blumenau deste ano do papel, a Secretaria de Turismo e Lazer já pensa em mudanças no formato da festa no futuro. Qualquer decisão, no entanto, ainda é prematura.

— Ano que vem é outra condição — avalia Guilherme Guenther, diretor geral da Vila Germânica.

Por ora, o espaço aberto às microcervejarias atende a uma pauta antiga do setor. É “um incentivo” e uma espécie de “degustação” para essas marcas, diz Guenther. Os resultados práticos disso serão avaliados depois que a edição de 2022 terminar e considerados em decisões futuras. A coluna aposta que é um caminho sem volta. Quem sentir o gostinho de Oktoberfest pela primeira vez não vai mais querer ficar de fora depois.

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