Ao menos 18 obras em Blumenau contempladas pelo Plano 1000, programa de investimentos em infraestrutura criado no governo Carlos Moisés (Republicanos), estão na berlinda. Pactuadas na gestão passada, as intervenções correm o risco de ficarem pelo caminho se o Estado, agora sob a liderança de Jorginho Mello (PL), não der sequência aos repasses de recursos iniciados e prometidos lá atrás. A lista (veja abaixo) inclui pavimentação de ruas, construção de pontes, macrodrenagem e contenções.

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Algumas dessas obras já pararam porque a fonte do dinheiro secou. No apagar das luzes de 2022, uma portaria assinada ainda pelo governo Moisés suspendeu os repasses do Plano 1000 que não tiveram a primeira parcela, ou parcela única, paga até o final do ano. Durante a tradicional mensagem de abertura do ano legislativo, no início de fevereiro, Jorginho confirmou o congelamento das transferências, alegando estar atendendo a uma orientação do Ministério Público.

No caso de Blumenau, o represamento, neste momento, chegaria a R$ 45 milhões, segundo o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos). A situação tem provocado dor de cabeça não apenas nele, mas nos demais gestores da região. Na quarta-feira (8), uma comitiva da Associação dos Municípios do Vale Europeu (Amve) tratou do assunto com o secretário de Infraestrutura, Jerry Comper (MDB). O encontro, agendado pelo deputado Napoleão Bernardes (PSD), teve ares de tensão, segundo interlocutores.

Os prefeitos reforçaram a necessidade da sequência dos repasses – é neles que o calo aperta, já que a interrupção das obras leva a cobranças dos moradores e pressão de associações da sociedade civil. No encontro, porém, ouviram que existe a possibilidade de o Estado rever a modalidade de parte dos repasses das obras que já estão em andamento. Traduzindo: isso representaria mudar o caminho do dinheiro, o que tornaria tudo mais burocrático, com risco de novos e maiores atrasos.

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— Nossas obras estão corretas, tanto é que temos licitação, parecer da procuradoria, todo o processo e o rito normal seguiram na prefeitura. A gente venceu esse rito. Isso tem que ficar claro — defende Hildebrandt.

A Amve pediu uma nova reunião com as secretarias de Infraestrutura e Fazenda do Estado para retomar a discussão. Ela deve acontecer ainda em março, mas por enquanto não há data definida.

Risco de atraso

Veja a lista de obras em Blumenau que podem parar sem os repasses

– Pavimentação da Rua Walter Berner: 84,8% executada

– Construção de ponte da Rua Hermann Baehr: 71,2% executada

– Reforma na infraestrutura do Parque Vila Germânica: 70% executada

– Implantação de macrodrenagem na Rua Paulo Kuehnrich: 58,1% executada

– Construção de contenção nas ruas Caçapava e Otília Pasold: 40,1% executada (aguardando repasse da segunda parcela)

– Construção de ponte na Rua Helmund Trapp: 35,2% executada

– Pavimentação da Rua José Reuter: 27% executada

– Pavimentação da Rua Arnoldo Beck: 24,7% executada (aguardando repasse da segunda parcela)

– Construção de ponte na Rua 7 de Setembro (antigo Farol Lanches): 22,4% executada (aguardando repasse da segunda parcela)

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– Pavimentação da Rua Paulo Zingel: 20% executada

– Reforma da ponte na Rua Paraíba: 12,8% executada

– Construção de ponte na Rua Bruno Kimmichs: 12,7% executada

– Construção do Complexo Viário e ponte da Rua Maike Andresen Deeke: 7,5% executada

– Implantação de macrodrenagem na Rua Divinópolis: 3,7% executada

– Reforma da ponte na Rua Eng. Udo Deeke: 3,4% executada

– Execução de pontes e acessos na rua Santa Terezinha: 1% executada

– Pavimentação da Rua Paulo Zingel Filho: aguardando ordem de serviço

– Implantação de macrodrenagem na Rua Araranguá: aguardando ordem de serviço

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