O secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler, disse ontem que ainda não liberou a retomada da obra de prolongamento da Via Expressa no primeiro trecho porque aguarda a revisão dos valores da planilha de custos. Na audiência pública promovida na noite de segunda-feira no Clube de Caça e Tiro Itoupavazinha para discutir o tema, o secretário disse que havia recebido naquela tarde a planilha revisada, mas que ainda surgiram dúvidas e por isso adiou uma vez mais a assinatura da ordem de serviço.
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Hassler diz que a revisão da planilha é necessária por se tratar de uma obra cara e por causa do problema que ocorreu na medição da retirada das pedras do primeiro trecho de 1,8 quilômetro, entre a BR-470 e a Rua Guilherme Scharf. Foi o impasse nessas medições que provocou, em setembro de 2017, a paralisação da obra que havia começado no ano anterior, além de despertar uma fiscalização mais próxima por parte do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Não posso liberar uma obra sem entender as razões de ela ser tão cara. Os dados fogem da curva”
Apesar disso, o secretário considera que a obra já foi retomada com o início dos trabalhos para a construção do viaduto sobre a Rua Guilherme Scharf. Os técnicos da Salver, empresa vencedora da licitação, trabalham no levantamento topográfico da região.
A audiência pública foi promovida pela Comissão de Transporte e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) a pedido do deputado estadual Ivan Naatz (PV). Além dele, estiveram presentes os deputados Laercio Schuster (PSB) e Ricardo Alba (PSL). Ismael dos Santos (PSD) estava em outro compromisso pré-agendado em outra região do estado. Dezenas de pessoas acompanharam a discussão.
Sem muitas informações
O secretário Carlos Hassler não trouxe para a audiência pública um mapa com o traçado do prolongamento da Via Expressa — que dará origem à nova SC-108 — e nem um cronograma da obra. Frustrou a expectativa de muitos que gostariam de saber um pouco mais sobre o futuro da região Norte da cidade.
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Reforçou que se trata de uma obra cara, de R$ 10 milhões por quilômetro, e que esse cálculo não leva em conta as 15 pontes e viadutos previsto para os pouco mais de 15 quilômetros entre a BR-470 e o pé da Serra da Vila Itoupava. Por isso mesmo o cuidado em revisar as planilhas.
Previsão pessimista
O ex-secretário de Estado da Infraestrutura e atual secretário municipal do Programa de Mobilidade Sustentável e de Projetos Especiais, Paulo França, fez uma analogia preocupante. Disse que a tendência é ser uma obra demorada, especialmente pelo fato de ela passar por uma área já urbanizada, com o desafio de manter funcionando os serviços de fornecimento e água, energia e comunicação.
Lembrou que em Criciúma uma via rápida, semelhante à Via Expressa, de 12 quilômetros, levou 12 anos para ser concluída. Se a lógica se repetir, teremos o prolongamento só em 2031. Desanimador.