As duas unidades prisionais de Blumenau estão superlotadas. No Presídio Regional da cidade, na Rua General Osório, há vagas para cerca de 600 detentos, mas em torno de 900 dividem as celas, número 50% que o tolerável. Já na Penitenciária Industrial de Blumenau, na Rua Silvano Cândido da Silva, 730 detentos cumprem penas, número 22% maior que a capacidade de 599 vagas. Os números foram repassado pelo agora diretor da Regional Médio Vale do Itajaí do Departamento de administração Regional (Deap), Cleverson Henrique Drechsler.
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A situação é grave. Tanto que na quarta-feira da semana passada houve no Presídio Regional de Blumenau o que os detentos chamam de bateção de grades. A manifestação provocou avarias nos acessos às celas e a visitação foi suspensa por 15 dias para os reparos necessários.
Projeto inacabado
A Penitenciária Industrial de Blumenau (PIB) foi inaugurada há três anos e por um breve período resolveu o problema da superlotação que havia no presídio, considerado na época a pior unidade prisional de Santa Catarina. O problema é que o governo do Estado nunca tirou do papel — e não há previsão para que isso ocorra — o projeto completo da penitenciária. Falta erguer as estruturas que abrigariam o novo presídio e o novo semi-aberto.
Segundo o próprio diretor, é preciso aumentar o projeto antes de executar. Hoje, o que estava planejado mal daria conta da atual demanda.
Pressão no governo
No início desta semana, representantes do G6 — grupo formado por entidades empresariais e OAB Blumenau — e da prefeitura foram a Florianópolis cobrar a conclusão do complexo penitenciário. O presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, diz que levaram ao secretário adjunto da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa, Edemir Alexandre, a indignação do grupo, do poder público e da comunidade como um todo.
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