Por Lucas Paraizo, interino
Entre as obras mais cobradas pelos moradores de Blumenau e alvo de polêmica entre Câmara de Vereadores e prefeitura, a ligação Velha-Garcia pode ganhar fôlego em 2018. Quase 10 anos depois de ser fechada por causa de deslizamentos de terra, a via que conecta os bairros Velha Grande, na região central da cidade, e Valparaíso, no sul, na região da Rua Antônio Zendron, voltou à pauta para receber, pelo menos, soluções paliativas.
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Está incluído no orçamento do governo do Estado para este ano uma verba de R$ 300 mil para obras viárias na ligação. O dinheiro vem de emendas impositivas dos deputados estaduais Jean Kuhlmann e Ricardo Guidi, ambos do PSD, e é esperado até abril. Para a prefeitura de Blumenau, o valor é considerado baixo para viabilizar qualquer obra no local, mas pode servir para pagar um estudo de viabilidade da Rua Willi Henkels. O vice-prefeito Mário Hildebrandt diz que somente pelas contenções necessárias no morro seriam necessários mais de R$ 1 milhão.
– Para reabrir a ligação de qualquer jeito, nem precisa de R$ 300 mil. Mas reabrir com segurança à população requer muito mais. Seria uma atitude de risco para a população – avalia Hildebrandt.
O vice-prefeito afirma que existem dois cenários: com obras de contenção e uma via simples no local (mais barato) e outro quase faraônico, com um túnel que custaria mais de R$ 200 milhões.
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O dinheiro que virá pelo governo do Estado, no entanto, deve ser utilizado para abrir uma via de emergência onde atualmente apenas alguns ciclistas e pedestres corajosos passam. O deputado Jean Kuhlmann afirma que destinou as emendas parlamentares à ligação Velha-Garcia atendendo a pedidos de lideranças comunitárias dos dois bairros e com base em estudos da Secretaria de Estado da Defesa Civil, que participou de uma visita promovida por vereadores no local ano passado.
Recursos ajudariam a preparar o solo da via para usos emergenciais
Os R$ 300 mil serviriam, então, para macadamizar o solo, roçar o mato e fazer algumas tubulações de drenagem em pontos onde a água fica acumulada. Serviços que não iriam transformar a ligação em uma via pública oficial, mas sim em um trajeto informal e acessível em casos de emergência. Mais ou menos como ela era utilizada antes da tragédia de 2008.
– Com essa verba é possível abrir uma via de emergência ali, inclusive para auxiliar em situações de enchente na cidade. Criar um sistema de trânsito ali exige mais pesquisas de mobilidade e investimento. O que dá para fazer agora é uma obra útil para a questão da defesa do cidadão – explica o secretário da Defesa Civil estadual, Rodrigo Moratelli.
A abertura inicial da ligação poderia ficar completa e segura se houvesse mais dinheiro, algo que Kuhlmann pleiteia com a Defesa Civil. Moratelli confirma o pedido, mas sinaliza que depende da execução orçamentária da pasta, que, segundo o secretário, é prejudicada em tempos de baixa arrecadação.
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Entre divergências políticas e de opinião sobre a necessidade da obra, o garantido por enquanto é que o dinheiro está confirmado na Lei Orçamentária Anual do Governo de Santa Catarina e deve ser repassado à prefeitura nos próximos meses. Resta uma conversa entre representantes na Capital e na administração municipal para usar a verba da forma que melhor atenda os interesses da comunidade.