Paciência deve ser a virtude mais exigida do blumenauense no ano que começa. Não só pelas obras que teimam em evoluir vagarosamente, como a BR-470, mas principalmente pelas que estarão em execução durante o ano e vão causar significativo transtorno no já prejudicado trânsito da cidade.

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A maior dor de cabeça virá das consequências que a duplicação da Rua Humberto de Campos trará no entorno. A obra é lenta e vai fazer com que o fluxo de veículos seja desviado para as paralelas João Pessoa e Almirante Tamandaré.

A lentidão se dá, principalmente, pela instalação do sistema de drenagem. As novas galerias têm
2,5 metros de largura por 2,5 de altura, mas cada peça tem apenas um metro de extensão. São quase 500 metros de rua, ou seja, quase 500 peças gigantescas encaixadas uma após a outra. Isso depois de abrir uma grande vala com três metros de largura por cinco de profundidade.

O grande desafio é fazer com que o trecho entre as ruas 7 de Setembro e Alberto Stein seja concluído até a Oktoberfest 2018. Nove meses de obra, portanto. Depois, vem o trecho maior de 700 metros até a Marechal Deodoro com mais alguns meses de interdição e novo esquema de trânsito alternativo a ser anunciado. As ruas Almirante Tamandaré e João Pessoa serão mais exigidas do que nunca.

Quem vem do leste já enfrenta lentidão na Rua República Argentina, que terá novo asfalto, ciclovia, calçadas, rotatória, trecho rebaixado e acesso. Agora, os que vão pela Rua Itajaí sentirão o gostinho das obras com a implantação do corredor de ônibus e novas calçadas, ciclofaixa e ciclovia. Trará menos transtorno, mas com a República Argentina em obra, o fluxo deve aumentar.

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Na região do bairro da Velha, a importante General Osório vai ganhar uma terceira faixa reversível controlada por semáforo. Receberá veículos do sentido com maior demanda. Mas até lá, muita obra e lentidão serão vistas nos quase quatro quilômetros da via.

Por fim, teremos obra importante de recuperação da Rua Bahia, alternativa para quem não quer se aventurar na BR-470. Intervenção em quase quatro quilômetros darão certa dor de cabeça por cerca de um ano. Depois melhora.

Soluções valem o aborrecimento

Apesar dos transtornos causados no trânsito, todas as obras têm como objetivo melhorar a mobilidade do blumenauense e, com isso, aumentar a qualidade de vida de parte da população. Ou seja, é o preço que se paga para ter algum benefício no futuro.

Além das obras que causam transtornos, haverá aquelas cujo bônus vem praticamente sem o ônus. É o caso dos novos terminais urbanos, com trabalhos que pouco impactam negativamente nos arredores. Outra importante intervenção nessa categoria é o prolongamento da Rua Humberto de Campos, com previsão para ser concluída no primeiro semestre.

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Só não terá toda a capacidade testada porque ela estará bem no meio de duas obras: a duplicação do trecho da rua existente e a implantação de uma terceira pista na General Osório. O pacote completo é o Corredor Oeste, que vai ligar a rodovia
BR-470 ao Centro de Blumenau.

Há também a possibilidade de a prefeitura começar a obra da ponte Norte-Sul, entre as ruas Itajaí e Paraguay, mas como essa novela já dura cinco anos e tem a Justiça Federal como personagem, não duvido que o desfecho seja adiado novamente para 2019.

Duplicação da BR-470 ainda é a mais esperada
Longe das ruas, a duplicação da BR-470 é a obra mais esperada. Pena que as últimas notícias não são das mais animadoras. Sim, conseguimos R$ 150 milhões para 2018, mas o próprio DNIT disse que o ideal seriam R$ 400 milhões.

Ou seja, teremos que nos conformar com a lentidão e o perigo nos acompanhando de perto quando passamos pela mais importante rodovia da região. Isso sem falar na possibilidade de revisão dos valores, mais provavelmente para baixo do que para cima.

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O pior é que a principal alternativa também estará em obra. A revitalização da rodovia Jorge Lacerda (SC-412) ganha o ano de 2018 e muito provavelmente se estenderá por 2019. Tivemos a paciência testada no pequeno trecho entre Itajaí e Ilhota e isso se repetirá por outros 25 quilômetros. Perto da BR-101, em quase dois quilômetros, a rodovia será duplicada.

O que esperar em outras áreas

O turismo conta com a possibilidade de construir um centro de convenções junto ao Parque Vila Germânica. Os R$ 15 milhões virão da segunda edição do Fundam e as obras podem começar em março, se tudo correr como programado.

Em andamento, o Centro de Inovação no campus 2 da Universidade Regional de Blumenau (Furb), em Itoupava Central, é outra obra que pode ganhar impulso em 2018.

Faltou dinheiro, a obra parou, mas os problemas aparentemente foram resolvidos. Resta saber em detalhes como vai funcionar e impulsionar a inovação e o desenvolvimento de tecnologias na região.

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No norte está prevista para fevereiro a conclusão do Parque das Itoupavas. A obra ficou mais cara, levou mais tempo, mas quem passa por ela percebe que tem evoluído. Atenderá a região que mais cresce na cidade, carente de áreas de lazer.