Gerou um burburinho o anúncio de que o artista Romero Britto será o responsável pelo desenho do maior ovo decorado do mundo, ou seja, o ovo de Páscoa da Osterfest de Pomerode. Nas redes sociais, recanto dos comentários negativos, muita gente questionou a falta de relação do artista com a Páscoa e com Pomerode e condenou a escolha. Outros tantos disseram que os artistas locais deveriam ser valorizados, lembrando que a arte da edição passada foi de Silvana Pujol de Pomerode. E houve também quem sugerisse a criação de um concurso entre artistas da terrinha para escolher a melhor arte a ser reproduzida em uma das principais atrações da Osterfest.

Continua depois da publicidade

A organização deixou claro que a escolha é, mais do que uma maneira de dar cores e formas ao ovo gigante, uma estratégia de marketing. Trazer a Pomerode um nome conhecido no Brasil, e até mesmo fora dele, dará à Osterfest e à cidade mais visibilidade e pode, sim, atrair mais visitantes de outros locais deste país gigantesco.

Outro aspecto a ser levado em conta é o fato de o artista ter doado a arte para a Osterfest. Isso quer dizer que não haverá custos para estampar um desenho inédito e exclusivo de Romero Britto no maior ovo decorado do mundo. Não fosse assim, as críticas certamente seriam bem maiores. E mais justificáveis.

Estou bem longe de ser um admirador do trabalho de Romero Britto. Nem de graça eu teria uma arte dele na parede da minha casa única e exclusivamente pela estética ou sensações proporcionadas. Aos meus olhos ele é mais um homem de negócios que um artista propriamente dito. E isso não é uma crítica. Britto teve visão e senso de oportunidade para levar o nome dele onde está e só o fez com a ajuda daqueles que o reconhecem como artista e como bom, independentemente dos meios usados para chegar a essa constatação.

A escolha de Britto pela organização da Osterfest não vai descaracterizar a festa. Os traços do artista cairão como luva no ovo gigante e a festa continuará tendo o charme e os diferenciais que atraíram neste ano sete vezes mais visitantes (250 mil) que a população da cidade (33,5 mil). A festa e a cidade têm mais a ganhar que a perder com a grande novidade do ano. Se isso não se confirmar, é só revisar a estratégia para 2021.

Continua depois da publicidade

Bola pra frente, Pomerode. A Osterfest do próximo ano vai, novamente, ficar para a história. E por bons motivos.