Na eleição passada o prefeito de Blumenau e agora presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), Mário Hildebrandt (sem partido), declarou apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (PSL). Depois de exatos 100 dias da posse do novo presidente, ele diz que mantém a confiança de antes.
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Na avaliação de Hildebrandt o presidente acertou na proposta de reforma da previdência. Se for aprovada ela terá impacto positivo nas finanças municipais a médio e longo prazo, especialmente no que diz respeito aos institutos de seguridade.
Ele também destaca o discurso adotado por Bolsonaro nesse período em relação à necessidade de uma melhor distribuição de recursos entre União, estados e municípios, hoje muito concentrada no governo federal e que pouco beneficia as cidades. Vê no futuro a real possibilidade de uma distribuição mais justa, priorizando as ações locais.
Apesar dos acertos, Hildebrandt avalia como difíceis os primeiros 100 dias do presidente da República, mas também considera adequado o ritmo adotado pelo presidente no desenvolvimento das ações desde o início do governo. Seria um momento de transição, de buscar informações, de formar e adequar a equipe.
Sobre as necessidades locais, o prefeito de Blumenau ainda aguarda algum aceno do presidente em relação à duplicação da BR-470. Para ele a lentidão da obra compromete de maneira significativa o desenvolvimento do Médio e Alto Vale e falta o comprometimento pessoal de Bolsonaro.
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Política diferente
Em relação ao governador Carlos Moisés (PSL), Mário Hildebrandt diz que ele enfrenta alguma dificuldade para construir o caminho dele no governo do Estado. Essa dificuldade não estaria ligada à pessoa do governador, mas sim ao estilo de política que ele quer impor, já que pouco teve contato com o que era feito até então.
Nas conversas que teve com Moisés, Mário sempre sentiu muita receptividade em relação aos pedidos da cidade e da região e torce para que o mandato dele e de Bolsonaro sejam exitosos, porque assim os municípios também serão beneficiados.
Aprova as medidas de economia da máquina pública, principalmente em relação ao que pode ser um enxugamento da estrutura. Com mais fôlego no caixa, o governo do Estado diminui o risco de deixar de contratar financiamentos para obras importantes em Santa Catarina.
Falta experiência
Já o presidente da Câmara Municipal de Blumenau, Marcelo Lanzarin (MDB), diz que foi criada uma expectativa muito grande em relação ao presidente e ao governador. Muitos imaginavam que haveria uma mudança radical que, na avaliação dele, não vai acontecer de uma hora para outra. Cita como exemplo a reação do setor econômico, entusiasmado num primeiro momento e mais cauteloso depois de pouco mais de três meses de governo.
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Na avaliação de Lanzarin, tanto em Brasília como em Florianópolis a falta de experiência política fez prevalecer uma certa dificuldade. Mesmo com Bolsonaro há décadas atuando como deputado. Para ele, é necessário dar uma parada para reiniciar o processo, mas isso não vai acontecer de uma hora para outra.
Futuro
Do presidente Bolsonaro o líder do Legislativo municipal espera habilidade para aprovar a reforma da Previdência. Teme por uma descaracterização da proposta encaminhada, o que poderá ser evitado com uma boa conversa com o Congresso Nacional.
Já de Moisés, Lanzarin cobra ação. Destaca o problema da falta de estrutura adequada do Samu em Blumenau que poderia ter sido facilmente resolvido nesses 100 dias, o que não ocorreu. Médico, Lanzarin diz que faltam equipes e viaturas na cidade.
Ainda assim a expectativa é boa em relação ao futuro Tanto em Santa Catarina, quanto para todo o país.
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