Mobilidade é a maior preocupação do blumenauense. Pelo menos essa é a percepção do prefeito Mário Hildebrandt (sem partido) por meio de pesquisas e informações que chegam ao terceiro andar da prefeitura. Para ele, é um dos maiores desafios da administração pública municipal no próximo ano.
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As principais entregas previstas para 2020 estão diretamente relacionadas ao tema. Uma série de obras e estruturas estão em fase final de execução e devem ser inauguradas ao longo do próximo ano. Entre elas estão o binário da Rua República Argentina, a revitalização das ruas General Osório e Bahia e os terminais urbanos das regiões Norte e Oeste.
Além disso, a cidade terá a partir do próximo ano a Central de Controle Operacional de Trânsito de Blumenau (CCO), que está sendo instalada no mesmo local em que funcionava a Câmara Municipal no prédio da prefeitura. Com semáforos inteligentes e câmeras espalhadas pelas ruas da cidade será possível tomar decisões em tempo real para melhorar o fluxo de veículos, como alterar o tempo dos semáforos e até sugerir desvios e rotas alternativas.
A esperança é que os problemas de trânsito da cidade diminuam e aumente a fluidez dos veículos que circulam de uma região para outra. Incluindo ônibus do transporte coletivo e bicicletas, que ganharão mais espaço.
Viadutos
Sempre que escrevo sobre alguma obra ou ação da prefeitura para melhorar o trânsito da cidade alguém me pergunta por que em Blumenau não há viadutos na área urbana. Levei a pergunta ao prefeito Mário Hildebrandt, durante conversa que eu e colega Pedro Machado tivemos com ele na semana passada. E a resposta de bate-pronto foi:
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— Construir na frente da janela de quem?
Fica clara a pertinente preocupação com o impacto visual negativo que a estrutura traz para as cidades. O prefeito disse que viadutos serão usados no momento certo e nos lugares certo. Há um projeto no trevo da Parada 1, para atender os veículos que vêm da Pedro Zimmermann em direção à Itoupava Norte, mas ele só será executado quando a prefeitura conseguir recursos para executar a revitalização do Corredor Norte (Pedro Zimmermann).
Obras e eleição
Outra questão que levei ao prefeito também tem relação com a quantidade de inaugurações e entregas previstas para o ano que vem, ano de eleição municipal. Perguntei a ele se uma coisa tem relação com a outra, como pensa o senso comum:
— Eu não trabalho assim. Eu não concordo com essa opinião das pessoas. Nós estamos há um ano e nove meses (no governo). Naturalmente as entregas começam no ano que vem. Não posso parar de trabalhar no ano que vem porque tem eleição. Estou absolutamente tranquilo em relação a isso. É um conceito equivocado, na minha opinião. Talvez se fez muito isso, e alguns ainda fazem, mas hoje a legislação eleitoral já trouxe uma série de cerceamentos para impedir essas ações politiqueiras.
Prefeito sem partido
Mário Hildebrandt não fala abertamente, mas é evidente a satisfação dele em estar sem partido político há mais de um ano. Segundo ele, partido é algo necessário no modelo político colocado no país e deve decidir o destino político dele em fevereiro, apesar de ter muita gente dizendo que a filiação pode vir antes.
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Perguntei se partidos só servem para a eleição e ele disse que no modelo hoje adotado, sim. “Infelizmente”. E que deveria servir mais para discutir propósitos coletivos e menos para propósitos individuais. Os bons frutos, na avaliação dele, virão com os impactos da reforma política daqui a duas ou três eleições.
Candidatura certa
Mário diz que será candidato a prefeito em 2020:
— Se Deus me der saúde e me permitir.
Sobre o partido, ele diz que vai escolher um que esteja de acordo com as posições dele e tem que dar condições de trabalho. quer um partido que não o amarre na visão liberal que ele diz ter. Mário diz que já conversou com cinco ou seis legendas.
Margem esquerda
O prefeito Mário Hildebrandt não acredita que o dinheiro para urbanização da margem esquerda virá do governo do estado. O governador que prometeu não está mais lá e a obra não está no escopo de promessas do atual governador. As únicas possibilidades são os recursos próprios ou financiamento. Não há, portanto, prazo para que a obra saia do papel.