Quem passa pelas obras do Programa de Mobilidade Sustentável de Blumenau, que está sendo financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), percebe a lentidão. O binário da Ponta Aguda, a requalificação da Rua General Osório e o Terminal Oeste são obras que passaram e ainda passam por algumas dificuldades e colocam em risco a meta de concluir tudo até o dia 22 de junho, data que foi estipulada na segunda prorrogação de contrato solicitada e concedida pelo BID no ano passado. O Terminal Norte, na Itoupava Central, é a única obra que está praticamente concluída e pode ser inaugurada em breve.
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No caso do binário que será formado pelas ruas República Argentina e Chile, no bairro Ponta Aguda, a lentidão mais recente foi causada pela falta de aditivo de quantitativo. Em alguns serviços foi necessário mais material que o previsto e faltava reorganizar o orçamento para que a empresa prestadora do serviço receba o que foi executado. Enquanto isso não ocorre, o ritmo diminuiu.
O secretário municipal de Obras, Edson Brunsfeld, garante que esse problema foi superado na semana que passou e aguarda a aprovação do aditivo por parte do banco nos próximos dias. Na obra, falta concluir uma contenção de encosta mais próximo do Anel Viário Norte, finalizar o asfalto nesse trecho, implantar a ciclovia e finalizar a sinalização, tanto horizontal como vertical. Brunsfeld calcula de dois a três meses para finalizar a obra.
Mudanças no trânsito
Só depois de concluídos todos os serviços que estão pendentes é que serão providenciadas as mudanças previstas no fluxo de veículos dessas ruas e do entorno. Além da liberação do trânsito no prolongamento da Rua Chile, outras mudanças devem ocorrer, principalmente pelo fato de que a República Argentina será mão única em direção ao Centro a partir da parte final da Rua Chile.

Os veículos que hoje vêm da Avenida Brasil em direção ao Anel Viário Norte, por exemplo, terão que cruzar a República Argentina para dobrar à esquerda na Rua Chile. Já quem vem da Ponte dos Arcos em direção ao Centro terá que dobrar à direita na República Argentina e fazer o retorno na nova rótula para tomar a direção desejada.
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Ritmo lento
A lentidão também tomou conta da requalificação da Rua General Osório. Há tempos é a obra que mais preocupa graças ao ritmo lento adotado pela empresa responsável, segundo Brunsfeld.
A prefeitura já notificou, já multou e nesta semana se reuniu com os responsáveis para cobrar velocidade. O secretário municipal diz que há plenas condições de concluir toda a obra até o dia 22 de junho, mas não no ritmo atual. Segundo ele, o responsável pela obra deixou a reunião dizendo que fará o possível para entregar a obra no prazo.
Problema desde o início
No Terminal Oeste os problemas começaram logo no início, anos atrás. Houve demora além do normal na desapropriação de um terreno que foi questionada na Justiça e emperrou o início dos trabalhos. Depois surgiu a necessidade de desviar um curso d’água e outros problemas de infraestrutura. Foram necessários aditivos e modificações no projeto que comprometeram o cronograma dos trabalhos, além de também precisar dos aditivos de quantitativos, problema que aparentemente será resolvido nos próximos dias.
A mais avançada
No Terminal Norte a situação é a menos preocupante, mas ainda requer atenção. A estrutura está praticamente pronta. Falta concluir a fase de acabamentos e equipar o espaço com móveis, sinalização e outro elementos. Muito já está sendo providenciado, mas tem coisa de depende também dos aditivos de material para readequar o orçamento e concluir, de uma vez por todas, o terminal. E isso depende também da disponibilidade desses produtos nos fornecedores.
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Dinheiro em caixa
A prefeitura de Blumenau tem hoje oito milhões de dólares para investir nessas obras até o dia 22 de junho. Dinheiro que veio financiado pelo BID. O que não for investido até o dia 22 de junho será devolvido ao banco e a prefeitura terá que bancar de outra maneira a conclusão das obras.
Segundo o secretário de Obras, Edson Brunsfeld, tudo está sendo feito para que o prazo seja cumprido, já que não há mais possibilidade de prorrogação no contrato.
Além da questão do prazo, há também uma apreensão em relação ao valor. É possível que os oito milhões de dólares não sejam suficientes para tudo o que tem que ser feito e novas fontes de recursos devem ser sondadas.