Se a foto do food park de Blumenau é o “novo normal”, nosso governantes precisam rever urgentemente as regras de convivência em época de pandemia. O que se vê na imagem é tudo o que o novo coronavírus quer para se propagar. Muita gente no mesmo lugar, muita proximidade entre todas essas pessoas, praticamente nenhuma máscara e um agravante: o consumo de álcool que confere a muitos a falsa sensação de poder e imunidade, o que, obviamente, deixa os que se embriagam mais vulnerável ao vírus.

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O food park disse que está cumprindo todas as normas estabelecidas pelo governo do Estado e a Polícia Militar que lá esteve mais de uma hora depois do momento em que a foto foi feita — com menos gente — disse que nenhuma irregularidade foi encontrada. Isso que o batalhão da PM fica a 200 metros do estabelecimento, o que comprova o que já sabíamos: não há poder de fiscalização suficiente para todos os excessos que podem ser cometidos.

O prefeito Mário Hildebrandt, uma vez mais, lamentou o ocorrido. Nas redes sociais disse que a movimentação vai contra tudo o que está sendo pregado pela prefeitura de Blumenau.
O prefeito tem na mão a possibilidade de adotar regras mais restritivas do que as que foram impostas pelo governo do estado, mas, por enquanto, parece não ser necessário na avaliação dele.

O ocorrido coincide com ao aumento do número de casos na cidade, em parte justificado pelo aumento de testes. O problema é que, mais que o número de casos, aumentou a procura por atendimento na Central de Referência montada no Parque Vila Germânica. Passou de 10 no fim de semana anterior para quase 100 no sábado e domingo passado.
Esse aumento, a prefeitura atribui ao relaxamento da quarentena pelo governo estadual.

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É sempre bom lembrar que a projeção otimista da prefeitura era que chegássemos a 163 casos no dia 8 de maio. Superamos esse número mais de 10 dias antes. Neste momento, estamos entre a projeção mediana e a pessimista, que preveem, respectivamente, 303 e 546 casos para o dia 8. No cenário pessimista, todos os leitos de UTI da cidade estariam ocupados na primeira quinzena de maio. E para os que não sabem o que isso quer dizer, quem precisar de atendimento, não vai ter.