Em alguns dias alguns pacientes de Blumenau que têm quadro leve de Covid-19 e não foram internados participarão do estudo que está em andamento no Brasil para verificar a eficiência da hidroxicloroquina e da azitromicina contra a doença. Eles devem ser selecionados entre as pessoas que buscam atendimento na central de referência que foi montada no Parque Vila Germânica.
Continua depois da publicidade
Em site especial, saiba tudo sobre o novo coronavírus
A seleção só deve começar quando os medicamentos, que estão sendo doados pelo laboratório EMS, chegarem à cidade, o que deve ocorrer em até 10 dias. Uma série de pré-requisitos devem ser atendidos e caberá ao médico que faz o atendimento identificar se o paciente pode ou não integrar o grupo de pessoas a serem avaliadas na pesquisa. Se esses pré-requisitos forem atendidos, a pessoa é convidada a fazer parte do estudo e ela aceita se quiser.
Segundo o coordenador desse trabalho em Blumenau, o médico Adrian Morales Kormann, este será mais um braço da pesquisa nacional que envolve, aqui na cidade, a clínica AngioCor e o Hospital Santo Antônio. Há cerca de 15 dias essas instituições de saúde iniciaram os trabalhos que integram o estudo com outros 80 hospitais, incluindo os renomados Albert Einstein, Sírio-Libanês e Hospital do Coração, todos em São Paulo.
Até então o trabalho tem sido desenvolvido com pacientes em diferentes condições: os internados com quadro leve, os que precisam de oxigênio e os que precisam de ventilação mecânica. Alguns são monitorados com o tratamento convencional, sem os medicamentos em estudo. Outros recebem a hidroxicloroquina e um terceiro grupo recebe também a azitromicina. O mesmo padrão deve ser seguido com o novo grupo a ser criado e monitorado, de pessoas que não estão em hospitais.
Continua depois da publicidade

Até agora 10 pacientes de Covid-19 que estão ou estiveram internados no Hospital Santo Antônio foram incluídos no estudo. Seis deles já ganharam alta e quatro permanecem no hospital. No total, Kormann acredita que de 30 a 40 pacientes da cidade devem ser monitorados para a pesquisa.
O médico diz que ainda não é possível dizer se a hidroxicloroquina, associada ou não à azitromicina, é eficiente no tratamento da Covid-19. Os primeiros resultados desse estudo devem surgir daqui a dois meses, quando o monitoramento atingir cerca de 1,3 mil pacientes nos hospitais que fazem parte do grupo.
O estudo sobre os efeitos da hidroxicloroquina e da azitromicina no combate à Covid-19 faz parte de um protocolo com todas as aprovações do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tem apoio do Ministério da Saúde e da EMS. Em Blumenau o coordenador Adrian Kormann tem a parceria da médica infectologista Sabrina Sabino, do Hospital Santo Antônio.