O Conselho Municipal de Planejamento Urbano de Blumenau (Coplan) adiou pela segunda vez a análise e votação do projeto que prevê a construção de dois grandes prédios residenciais no bairro Vila Nova. Desta vez, o motivo foi o fato de que novos conselheiros assumiram o posto na reunião da tarde desta quarta-feira e não conhecem o projeto a ponto de avaliar se ele pode ou não ser executado.
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Uma nova reunião extraordinária será agendada para apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do projeto e votação. Também serão avaliados documentos entregues pela comunidade, entre eles um abaixo-assinado com 1.817 assinaturas contrárias à construção.
A reunião desta quarta-feira durou cerca de duas horas e meia e gerou um grande debate sobre o empreendimento proposto pela Torresani Empreendimentos Imobiliário. Mais de 20 moradores do bairro Vila Nova acompanharam de perto o encontro e pediram a realização de uma nova audiência pública para avaliar e deliberar sobre uma possível mudança de zoneamento na região, o que poderia impedir as construções dos prédios. Vale lembrar que o zoneamento da região foi alterado em 2013 e essas mudanças são precedidas de audiências públicas. A comunidade reclama que a divulgação prevista em lei não é suficiente.
O primeiro adiamento da votação ocorreu no ano passado. Os moradores pediram ao conselho mais tempo para analisar o documento o que daria a eles a possibilidade de contestar alguns aspectos da obra que mais preocupam a comunidade. Impactos negativos na mobilidade urbana, na preservação de áreas verdes, na drenagem da água da chuva e em áreas de risco são as mais citadas.

O EIV prevê uma série de medidas para minimizar esses impactos, mas elas não seriam suficientes aos olhos da comunidade. O empreendedor depositaria, por exemplo, R$ 1,3 milhão para desapropriações de áreas necessárias para a construção de duas rotatórias no bairro. também está prevista a revitalização de parte da ciclofaixa da Rua Almirante Tamandaré.
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O empreendimento
O projeto prevê a construção de duas torres residenciais no final da Rua Teófilo Otoni, uma transversal sem saída da Rua Almirante Barroso, perto do pronto atendimento da Unimed. Cada torre terá mais de 150 metros de altura com 32 pavimentos e 220 apartamentos, além de 664 vagas na garagem para os moradores.
Em altura, os prédios serão — se aprovados pelo Coplan e prefeitura — maiores que o Grand Trianon, no bairro Ponta Aguda, e o Hermann Blumenau, no Victor Konder, os dois maiores edifícios da cidade até o momento.