Os 25 anos da morte de Ayrton Senna ganham na cidade de Gaspar, em Santa Catarina, uma representação única. É das mãos do artista Cainã Gartner que saem a força e a delicadeza necessárias para esculpir em madeira 25 capacetes semelhantes aos que foram usados pelo tricampeão de Fórmula 1, um para cada ano desde a morte do piloto.

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A ideia partiu do gasparense de 28 anos que tem o ateliê no bairro Coloninha e foi bem recebida tanto pela mãe de Senna, Dona Neide, como pelo Instituto Ayrton Senna. Duas condições foram negociadas: o capacete de número zero ficou com a mãe do piloto e metade do que for arrecadado com a venda dos demais capacetes será repassado ao instituto, que trabalha para o desenvolvimento da educação de crianças.

Interesse internacional

Motosserra é um dos equipamentos usados no processo de criação
Motosserra é um dos equipamentos usados por Cainã no processo de criação (Foto: Pancho)

Dezessete peças já foram esculpidas. Elas começaram a ser vendidas por R$ 15 mil, mas os mais recentes já saíram por R$ 40 mil. A expectativa é que o último deles ultrapasse os R$ 100 mil. Os compradores são na maioria empresários, mas Gartner revela que empresas como a Tag Heuer e McLaren, além do piloto Lewis Hamilton, já manifestaram interesse.

Peças são numeradas e ganhara aval do Instituto Ayrton Senna
Peças são numeradas e ganhara aval do Instituto Ayrton Senna (Foto: Pancho)

Os capacetes são de imbuia e a madeira é retirada de restos de árvores que já foram derrubadas por outras razões. Cainã usa motosserra, formão e lixa para dar a forma exata à peça. As tradicionais listas do capacete são marcadas com fogo e os detalhes dourados são feitos em ouro 23 quilates.

Tradição em madeira

O artista de Gaspar faz parte da quarta geração de uma tradicional família de carpinteiros da cidade. Hoje ele trabalha com o pai, Roberto, no desenvolvimento de peças exclusivas e sob encomenda. No ateliê há escafandros, sarcófagos e ursos sendo finalizados, mas Cainã já fez de tudo, passando por volantes de carros esportivos, pranchas antigas de surfe e elmos.

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Dezessete capacetes já foram esculpidos desde o ano passado
Dezessete capacetes já foram esculpidos desde o ano passado (Foto: Pancho)

A experiência com o Instituto Ayrton Senna deu visibilidade ao trabalho do gasparense. Com isso, novas parcerias já estão sendo desenhadas e podem, no futuro, levar o nome de Cainã ainda mais longe.

Confira abaixo um vídeo sobre o processo de criação dos capacetes e sobre o ofício de Cainã Gartner.

Veja mais fotos

Capacete número zero está ao lado da McLaren usada por Senna em 1990
Capacete número zero está ao lado da McLaren usada por Senna em 1990 (Foto: Divulgação)
Formão é outra ferramenta usada pelo artista na produção
Formão é outra ferramenta usada pelo artista na produção (Foto: Pancho)
Somente autorizados podem usar o
Somente autorizados podem usar o “S” duplo de Ayrton Senna (Foto: Pancho)
Ambiente de trabalho do artista, em Gaspar
Ambiente de trabalho do artista, em Gaspar (Foto: Pancho)
Cainã Gartner
Cainã Gartner (Foto: Filipe Pitz, divulgação)