Até o início dos anos 2000, a China e parte dos países que compõem o continente asiático eram conhecidos pela falsificação de produtos e de tecnologias desenvolvidas por outras nações. Após duas décadas de investimentos expressivos em educação e em infraestrutura, estes países passaram a ser líderes no desenvolvimento do futuro da tecnologia.

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“A melhor época para plantar uma árvore foi há 20 anos. O segundo melhor momento é agora”, antigo provérbio chinês.

Um estudo desenvolvido pela consultoria McKinsey aponta que os executivos das principais companhias asiáticas acreditam que a pandemia é um ponto de inflexão e um catalisador, não uma lombada, turbinando as tendências existentes e tornando ainda mais urgente para os líderes impulsionar o desempenho de suas empresas.

A pandemia acelerou a relação entre os setores público e privado. No campo da saúde, por exemplo, a telemedicina tem levado cuidados básicos para populações antes desassistidas em países como Índia, China e Tailândia. A pesquisa aponta 5 macrotendências pós-pandemia para o continente:

1. Ásia determinando seu próprio futuro

Em novembro de 2020 foi formado o maior pacto de livre comércio do mundo, compreendendo 15 países da região Ásia-Pacífico. O objetivo consiste em gerar maior independência e integração entre os países que compõe o pacto, de modo que a Ásia não dependa do resto do mundo para trilhar o seu futuro.

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2. Jornadas do consumidor baseadas em dados e inovação digital

O uso dos bancos digitais aumentou em até 400% em países como Singapura, Índia e Coreia do Sul durante a pandemia. Esse acréscimo ocorre paralelamente a um aumento nas atividades “faça você mesmo”, fique em casa, e comércio por meio de plataformas de mídia sociais. Vários “Super Apps” surgem com o pressuposto de que todas as necessidades diárias das pessoas devem ser supridas em uma única plataforma, criando experiências completas e personalizadas de consumo.

3. Fusões e aquisições

A pandemia criou oportunidades para as grandes empresas asiáticas se consolidarem e se tornarem ainda maiores. Ser grande em um ecossistema digital deve ser uma vantagem tecnológica. Maior alcance e escala podem gerar o volume de dados necessários para criar um “ciclo virtuoso” que ajudará a refinar as tecnologias de aprendizado de uma empresa.

4. Modelos operacionais centrados no ser humano

A maioria das empresas teve que implementar trabalho remoto de modo muito acelerado. Esse experimento sem precedentes ajudou a mudar mentalidades. Os CEOs ainda estão descobrindo o papel exato que o trabalho remoto desempenhará depois que a pandemia cessar.

Para estimular a tomada de decisão mais rápida, os líderes estão nivelando sua estrutura organizacional e empurrando para baixo a tomada de decisão, confiando que os funcionários na linha de frente sabem o que fazer.

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5.O propósito irá definir o futuro

A pandemia também trouxe questões ambientais, sociais e de governança.  Os líderes asiáticos entendem que quando se investe em desenvolvimento socioambiental, gera-se mais valor e com o tempo, maior retorno para os acionistas.

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Existe uma expectativa de que o Continente Asiático continue a se beneficiar de investimentos substanciais com infraestrutura aliada à sustentabilidade. A Tailândia, por exemplo, espera se estabelecer como um centro de veículos elétricos, enquanto a China pretende atrair US $ 500 bilhões em investimentos para infraestrutura verde.

Ramon Cardeal Silva para o NSC Lab