Definir uma versão mais simples de um produto, empregando a menor quantidade possível de recursos em uma proposta que ainda gere valor ao mercado. Para testar um negócio, as startups usam o conceito de Minimum Viable Product (MVP), ou Produto Mínimo Viável. Um erro comum é criar um sistema para testar o negócio, mesmo que o MVP precise testar a entrega da proposta de valor, não a tecnologia.

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Para abordar esse tema, a NSC conversa com Leandro Oliveira, um dos mentores do iNovaSC. O programa de capacitação tem como objetivo apoiar o desenvolvimento dos colaboradores da NSC, visando o aprimoramento da cultura organizacional para disseminar de forma estratégica a cultura da inovação na empresa. Os programas de inovação auxiliam no engajamento e impulsionam intraempreendedorismo nas organizações.

Leandro Oliveira, CEO da Vibbra!, está atuando como mentor no InovaSC.
Leandro Oliveira, CEO da Vibbra!, está atuando como mentor no InovaSC. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com mais de 15 anos de experiência no mercado de software, Oliveira trabalhou desde analista de suporte até desenvolvedor, engenheiro de software, gestor de projetos, PO, CPO, CTO e CEO de duas empresas no modelo software house, além de ter sido co-fundador de uma primeira startup focada no mercado fitness. Hoje, é CEO da Vibbra!, empresa que ajuda outros negócios a encontrarem remotamente os melhores profissionais de software do mercado.

Para que serve e quais as vantagens de fazer um MVP?

O MVP é uma metodologia direcionada para startups, utilizada para ajudar os negócios nascentes a entender qual a versão mínima daquele produto como um todo, que de fato entregue um valor relevante para o cliente. De tudo que a gente prevê para o produto, é aquilo que é imprescindível. Esse MVP precisa focar nas atividades-chave do negócio para que a entrega de valor seja potencializada ao máximo. Assim, ao testar o negócio, você entende se o que a proposta que está oferecendo é o que o cliente está esperando.  As vantagens estão em errar menos e aprender muito com o cliente e com o produto. A intenção de aplicar esse processo é justamente conseguir arrecadar o maior volume de aprendizado possível em cada feature de MVP que você faz. É uma questão cíclica e evolutiva.

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Quais os primeiros passos para elaborar um? Quais as formas de validar uma ideia?

A definição de hipóteses. Quando você está dentro do escritório pensando sobre o produto e no cliente, como o mercado vai reagir, você está alucinando, não há comprovação nenhuma. Para conseguir de fato avançar, é preciso definir as premissas, qual a proposta de valor, qual o modelo de negócio, de receita e quais são os parceiros estratégicos que posso buscar. Até existem outras metodologias, como Business Model Canvas, que ajudam a pensar no negócio como um todo. É uma forma simplificada de fazer o antigo Business Plan, para ter uma visão macro. Com essa visão macro, de definição de hipóteses, você parte para o MVP para tentar validar se essas hipóteses estão corretas e tentar arrumar caso elas estejam erradas. O foco é o aprendizado.

Quais os principais erros das startups na hora de realizar testes iniciais?

O principal erro é não entender que uma versão mínima viável não é um produto completo. Começam a burocratizar demais, encher de funcionalidades. Às vezes a gente coloca uma série de empecilhos para gerar o MVP que acaba sendo o produto completo o que torna muito complexo o processo de validação das hipóteses e perde muito tempo com um esforço gigantesco de planejamento.

O conceito nasceu para startups, mas pode ser utilizado em outros tipos de projetos? De que forma?

Com certeza. Esses conceitos e processos que startups usam hoje nascem da base de experimentação científica. Você define as hipóteses e o experimento, cria um MVP, experimenta, testa na prática, anota o resultado e aprende com isso. É o ciclo padrão científico que estamos traduzindo para o cenário de negócios.

Algum outro conselho para quem vai iniciar a trajetória em um novo projeto inovador?

Valide o negócio por completo. Um negócio só é considerado validado se a gente realizou o teste por completo. Se tiver um processo que tem cinco etapas, não adianta você fazer um MVP que vai só testar e validar a etapa um. Então você precisa fazer a validação completa, não só de uma parte, senão vai dar uma sensação míope sobre o resultado do negócio no mercado, a aceitação, perfil de cliente, canal de distribuição ou modelo de receita.

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A NSC Comunicação, por meio do iNovaSC, pretende trazer conceitos como MVP, proposta de valor e outros temas relacionados à inovação aos colaboradores em um programa interno de capacitação prática, com foco no intraempreendedorismo e na geração de projetos viáveis inovadores. Saiba mais detalhes aqui.