A começar por aqueles que mais têm defendido a segurança nas urnas eletrônicas, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), passando pelo mais frouxo presidente do Senado desde que acompanho a política no Brasil e o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de onde alguém no ano em curso retuitou um texto chamando os jovens para fazerem os títulos eleitorais e votarem em um então pré-candidato, já seriam razões suficientes para questionar as atuais urnas eletrônicas, modernizadas e atualizadas com a impressão do voto em vários países.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
O presidente da Câmara Federal declarou confiar nas urnas porque “fui eleito nesse sistema durante seis eleições e não posso dizer que esse sistema não funciona. O sistema é confiável. Precisa de ajustes? Precisa”. Um amigo me aponta “confiar plenamente” nelas porque atuou como mesário em algumas votações e “viu como é o processo de votação”. Outra atribui a confiança ao fato de ter acompanhado as apurações para fins jornalísticos.
Esses argumentos me trazem à lembrança a expressão “santa ingenuidade”, do menino prodígio da dupla de um seriado famoso. Acontece que, se houve a fraude, ela já ocorreu, e bem antes da apuração, do momento em que o eleitor escolheu o candidato e apertou a tecla “confirma”, até a totalização no boletim de urna (BU), em um sistema digital, é um piscar de olhos, e aqui está o ponto central da discussão, que parece-me passar ao largo quando se discute a segurança adicional nas eleições.
Fique por dentro de tudo sobre as Eleições 2022
Continua depois da publicidade
Gen Etchengoyen apontou que “centrar a discussão nas urnas é reduzir toda uma sequência de eventos que envolvem alta tecnologia e complexidade. Negar a discussão é imaginar que existe sistema inviolável ou isento de aperfeiçoamento”, o que bem sabemos não ser verdade.
Temos disponíveis nas redes sociais vídeos com especialistas mostrando como os sistemas eletrônicos podem ser alterados e isto, em curtíssimo espaço de tempo. Muitos países que um dia adotaram o sistema eleitoral ainda hoje usado no Brasil, já o abandonaram e modernizaram as urnas, com a impressão do voto, entre eles: Bélgica, Holanda, Irlanda, Inglaterra, Rússia, EUA, Canadá e México.
Floripa terá novo pacote de voos no verão; confira os destinos
O Supremo Tribunal da Índia (com 1,38 bilhão de habitantes) decretou a impressão do voto. Em um ano, o sistema foi implementado indicando que a quantidade de eleitores não é argumento para não fazê-lo. O mesmo aconteceu na Alemanha.
Assim como no sistema de registro de ponto no trabalho, quando fazemos um jogo na loteria e tantos outros exemplos, temos o comprovante impresso, por que não ao votar? Muitos políticos que hoje defendem que o modelo atual é seguro, há poucos anos se posicionavam contrários ao mesmo. Parece-me que o problema agora é o fato de quem está defendendo a melhoria adicional.
Continua depois da publicidade
Leia outras colunas de Natalino Uggioni
Como eleitor, espero que avancemos para eleições com a impressão do comprovante do voto um dia, de modo a termos ainda mais segurança no processo eleitoral.
30 fatos das Eleições 2022 para você saber antes de votar:
Leia também:
Quem é o sucessor da Rainha Elizabeth II? Confira o que dizem as regras
Da lanchonete para os shows: cantor de Joinville viraliza e ganha os palcos do Brasil
Palco do Guns N’ Roses terá 400 metros quadrados e quase 18 metros de altura