Recentemente foi anunciado que Brasil e Argentina chegaram a um acordo de US$ 600 milhões para financiar exportações de produtores argentinos, para eles venderem produtos ao Brasil. Uma medida que deveria envergonhar todos os brasileiros de bem. Se este anúncio se consolidar na prática, tanto o presidente quanto o atual ministro da Economia estão cometendo uma verdadeira traição aos interesses nacionais.

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A medida tende a impactar duramente a indústria nacional de laticínios. Do valor anunciado, aproximadamente US$ 100 milhões serão destinados à importação de produtos lácteos, que significa a oferta de produtos argentinos a preços muito baixos, uma vez que a moeda por lá está fraquíssima e os produtos com preços baixos. Essa é mais uma ação lamentável e contestável do atual governo que, ao invés de defender os interesses dos produtores e da indústria nacional, opta por patrocinar os produtores e indústrias do país vizinho, com o objetivo claro de apoiar o candidato da esquerda às eleições daquele país.

Não se está falando, portanto, desse ou daquele partido, dessa ou daquela ideologia ou linha de governo, mas sim, da relevância de defender os interesses nacionais, que devem ser o primeiro aspecto a ser considerado em situações correlatas. Considerando a situação econômica do país vizinho, resultado de um governo populista, com a inflação na estratosfera, a chance de calote (mais um – Cuba anunciou que não tem como pagar o empréstimo ao Brasil) é grande e, caso isso aconteça, quem assumirá a conta somos nós, os pagadores de impostos. No caso de Cuba, o país pediu “algum tipo de flexibilidade” ao Brasil, seja lá o que isso possa significar.

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Usando os produtos lácteos como exemplo, Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ressalta que nunca houve “um momento tão difícil, com um volume tão grande de importação que atinge gravemente pequenos, médios e grandes produtores”. O produtor brasileiro trabalha de sol a sol, sem fins de semana nem feriados, para entregar aos consumidores produtos de qualidade, seguindo as rigorosas exigências dos órgãos de controle. Precisaria, no mínimo, ser valorizado, antes de serem preteridos para produtores de outros países, pelo governo de plantão.

Pablo Neruda nos brinda com: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Rega básica que cabe como uma luva para os gestores dos cofres públicos. É mais uma triste decisão que temos em curso, no momento em que prefeitos de várias cidades mobilizam-se por mais recursos, e nos deparamos com a ideia de que o dinheiro dos brasileiros seja utilizado para apoiar governos de países vizinhos.

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Resta torcer para que, de alguma forma, essa medida não seja levada a cabo; será mais uma ação lamentável do atual governo, contra o interesse do Brasil e dos brasileiros.

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