Uma sentença de autor desconhecido (ou que seria de um provérbio chinês) aponta “Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Nas ocasiões em que alguém falava algo inapropriado, um amigo usava a expressão “essa fala é ruim”. Nesse início de governo no Brasil, algumas falas têm sido “pra lá de ruins” e por demais preocupantes.
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Em encontro com sindicalistas, o presidente atribuiu a Proclamação da República a Floriano Peixoto; o Marechal Deodoro da Fonseca deve ter se revirado no túmulo. Depois do discurso da posse, em que apontou que teto de gastos é uma estupidez, o mesmo afirmou que a independência do Banco Central (BC) é uma bobagem; que o BC não faria mais por ser independente. O presidente anterior avalizou essa independência do BC, medida que trouxe bons resultados para os rumos da economia do país. Entram os ministros combatentes de princípio de incêndio para dizer que o presidente não tomará medidas contra a autonomia.
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No período eleitoral afirmou-se que havia 33 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza, desmentida na sequência pelo banco mundial. agora, a ministra Marina Silva afirmou que 120 milhões de brasileiros passam fome. Em fala sequencial, o presidente disse serem 105 milhões, recordando a linha do “vamos inventando números”, dita pelo próprio tempos atrás.
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O presidente apontou ser contra uma CPI para investigar as invasões em Brasília. Por que será? Segundo ele, pode não ajudar, ou ainda, criar uma tremenda confusão. Pergunto-me se esses mesmos argumentos seriam aplicáveis para (o circo que foi) a CPI da Covid? Ou seria o fato de que ficaria nas mãos dos políticos, que poderiam identificar os que foram omissos?
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Dureza maior foi o presidente dizer que o empresário não ganha dinheiro porque trabalha, que empresário ganha dinheiro porque os trabalhadores trabalham para ele. O que remonta ao primarismo da liderança sindical, à velha luta de classe entre patrões e empregados, da exploração de uns pelos outros, opressores e oprimidos, ou seja, mais uma fala completamente inapropriada.
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Isso é contrário a tudo que a economia de base ensina. O acúmulo de capital decorre do acúmulo de trabalho, com uso de tecnologia, com boa base educacional, com todos os riscos envolvidos nos negócios e com o pagamento dos (muitos) impostos por parte das empresas.
Não deixando por menos, e para não ficar atrás, Haddad defende que não se compre produtos de empresas que apoiam o governo anterior. Ou seja, para ele, quem votou no atual governo, a exemplo dele próprio, deve olhar a procedência do produto que está na prateleira e não comprar se a empresa não apoia a linha do governo que está.
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As falas ruins de Lula em visita à Argentina ficam para outro texto. Assim, vamos colecionando um festival delas. São falas que jogam contra o Brasil e os brasileiros.
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