Guardo com satisfação a alegria de ter contribuído para lapidar o Programa das Escolas Cívico Militares (Pecim) em decorrência de uma audiência no MEC, no ano de 2019, com o então coordenador nacional do referido programa. As ideias e sugestões que apresentamos naquela oportunidade foram incorporadas à iniciativa nacional, que teve a adesão de SC, referendada por mim enquanto secretário de Estado da Educação.
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Existem opiniões e posições contra o programa. É possível que alguns contrários, sequer conhecem os detalhes dele. Um dos fortes argumentos é que educação é responsabilidade dos professores, formados e preparados para serem educadores, e que isso não é responsabilidade dos militares. Eis que um dos grandes problemas da qualidade na educação brasileira, mormente a pública, começa justamente pela qualidade na formação docente.
No livro “País mal educado”, o autor Daniel de Barros, apresenta bons elementos focados na formação de professores. Recomendo a leitura a todos. Enquanto secretário, ao apresentar o referido programa para as escolas, o argumento era de que as unidades selecionadas segundo os critérios definidos deveriam receber aquela oportunidade como um verdadeiro presente, uma distinção, que traria benefícios, não somente para a escola, mas também para os professores e alunos.
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A começar pelos investimentos na infraestrutura que as escolas participantes do programa teriam, do governo estadual, ou então do nacional, dependendo do modelo definido quando da adesão. A unidade escolar receberia ainda os profissionais militares para apoiar a implementação do modelo. Outro pilar importante acerca da atuação dos militares nos colégios é que toda a parte pedagógica e de gestão escolar continua sendo responsabilidade dos servidores públicos daquela unidade.
Portanto, com os militares adicionando-lhes esforços para organização geral da ambiência escolar, conferindo-lhes mais tempo para cumprirem ainda melhor suas responsabilidades pedagógicas. Aos militares cabe o papel de apoio nas questões de ordem, disciplina, respeito e promoção da harmonia no ambiente escolar.
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Sou do tempo em que professor era autoridade na sala de aula. Lamentavelmente perdemos este respeito ao longo do caminho e, não raras as vezes, os professores usam parte do tempo que seria da aula para conseguir silêncio, de modo a poder trabalhar os conceitos da disciplina. Curioso é que os pais dos alunos fazem fila para poder conseguir matricular os filhos nos colégios que têm aquela parceria com os militares. Os que são contra não conseguem, ou então, não querem ver isso.
O modelo é perfeito e tudo funciona redondamente? É bem possível e provável que não, que são necessários refinamentos e ajustes, como em tudo na educação. Daí a simplesmente descartar uma iniciativa que tende a apresentar melhores resultados, somente por ideologia ou pelo fato de ter sido criada em outro governo, não me parece ser uma decisão das mais inteligentes e acertadas.
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