Em tempos de indústria 4.0, a tecnologia está em nossa volta, cada dia mais e com mais intensidade. A Inteligência Artificial (IA) tem sido motivo de estudos, e de preocupação de educadores em todo o mundo. Se por um lado a IA é uma ferramenta espetacular, quando bem utilizada e para o bem, também pode ser muito prejudicial em tempos em que muitas pessoas não têm o hábito da leitura. Então, mais fácil pedir para uma plataforma gerar um texto, ou então, emitir uma resposta. Mas até mesmo para se ter uma boa resposta, é preciso saber fazer a pergunta e, para tal, é necessário conhecimento.

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Valho-me da análise do colega Tito Lívio Lermen, membro do Conselho Estadual de Educação (CEE), sobre o “Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023: A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”, da Unesco, para compartilhar alguns aspectos relevantes. A tecnologia e a Inteligência Artificial são insumos, um meio de entrega, porém, jamais substituirão o carinho e o valor da relação entre quem ensina e quem aprende.

Na educação, a tecnologia deve promover mais igualdade, melhorar a qualidade e a eficiência no processo. Então, quando se defende a educação híbrida, mediada pelos recursos tecnológicos, não se deve desconsiderar o enorme contingente de estudantes que não tem acesso à internet em suas casas, que significaria mais desigualdade para com os demais que possuem tal acesso.

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Do referido relatório, o colega destaca três condições a serem cumpridas com o uso da tecnologia na educação: acesso igualitário, governança e regulamentação adequadas e nível satisfatório de capacidade docente. Guardo uma certa dose de preocupação com a leitura de livros em meio digital. Sou do tempo de manuseá-los, destacar partes do texto para revisitá-las futuramente, bem antes da inteligência artificial.

É de Bill Gates a frase: “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história”. Quem dera os estudantes fossem habituados a ler livros físicos, antes dos digitais. Ajudaria a melhorar a qualidade do ensino.

Para a Unesco, “é essencial aprender a viver com e sem a tecnologia digital; selecionar o que é necessário entre uma abundância de informações, mas ignorar o que não é necessário; deixar a tecnologia apoiar, mas nunca suplantar a interação humana, na qual o ensino e a aprendizagem têm sua âncora principal”.

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Outro ponto está em “ao considerar a adoção da tecnologia digital, os sistemas educacionais devem sempre garantir que os melhores interesses dos estudantes sejam postos no centro de uma estrutura baseada em direitos. O foco deve estar nos resultados da aprendizagem, não nos insumos digitais. Para ajudar a aprimorar a aprendizagem, a tecnologia digital não deve substituir e sim complementar a interação presencial com os professores”.

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A regra é ter a tecnologia como aliada, não dela tornar-se escravo e dependente.

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