O governo federal está comemorando e alardeando aos quatro ventos o resultado alcançado pelo Brasil na balança comercial internacional, que é a diferença entre o que o país importa e o que é exportado para outros países. O anunciado é que o saldo foi de 98,8 bilhões de dólares em 2023, um recorde histórico, bem superior ao valor de 2022. Porém, é preciso analisar como chegamos àquele resultado.

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O saldo foi assim positivo pelo fato de que as importações diminuíram. E menos importação significa menor atividade econômica no país. Isso deveria ser bem preocupante para a administração central. Quando as empresas importam é porque os empresários que geram emprego e renda que dão dignidade à população, acreditam no futuro do país e têm segurança jurídica para os negócios. É a compra de insumos para gerar mais emprego e para se produzir no Brasil.

As importações caíram próximo de 12%; as exportações cresceram apenas 1,7%, com destaque para o aumento de 9% advindo da agropecuária, justamente, o setor que é o motor de nossa economia e que tem sido criticado pelo presidente e alguns aliados e apoiadores. Já a exportação de minérios cresceu 3,5% e a indústria exportou menos que em 2022 (-2,3%).

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A desindustrialização no Brasil é preocupante, vez que emprega grande contingente de profissionais que, que precisam de boa qualificação. Profissionais bem formados geram ideias, novos negócios, inovam em produtos, processos, nas formas de comercialização e também na gestão, pilares que sustentam a competitividade das empresas junto aos clientes/consumidores.

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Quanto mais favorável for o ambiente para os negócios, e quanto menos o governo intervir e atravancar o processo, melhores serão os resultados aferidos na última linha daquela soma. O resultado de 2023, em que pese ser bom, não merece alarde. Pelo contrário.

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