Se é fato que educação não teve uma boa gestão no governo anterior, duramente afetada pela pandemia, também é verdade que o Ministério da Educação (MEC) deixou a desejar no primeiro ano do atual governo. Aquela que deveria ser prioridade número 1 de todos os governantes, de modo a garantir a melhoria da qualidade de vida da população, continua não tendo a devida atenção e, principalmente, a velocidade necessária para alcançar a melhoria nos resultados.
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É duro, ao mesmo tempo chocante – e seria cômico se não fosse trágico –, ver alguns vídeos com entrevistas de conhecimentos básicos que circulam nas redes sociais, de rua ou de programas de auditório, com respostas de estudantes que evidenciam esse descalabro. Não conhecem a letra do hino nacional, mas sabem de cor e salteado a letra de músicas que tocam por aí, de conteúdo e nível cultural pra lá de questionáveis.
Em artigo publicado em janeiro de 2023, no qual discorre sobre as expectativas para a educação sob o então novo governo, Mozart Neves Ramos escreveu: “Estou confiante e com o velho entusiasmo de volta”. Pois o MEC, em 2023, dedicou muito tempo e energia em alguns poucos temas, como a grande discussão acerca do Ensino Médio e a autorização dos novos cursos de medicina.
As discussões acerca do ensino médio deram o que falar e encerramos o ano sem saber ao certo o que virá na sequência, depois que a proposta foi entregue ao Congresso para deliberação, gerando dúvidas nos mais de 7 milhões de estudantes das escolas públicas e privadas, e também nos professores. Essa falta de rumo definido afeta duramente o caminho para que os estudantes se preparem bem para a vida, para o ensino superior, para o mundo do trabalho e para suas carreiras.
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O último censo apontou que existem no Brasil 10,9 milhões de pessoas, entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham (os “nem-nem”), sendo a educação a base desse preocupante contingente. Uma das iniciativas do governo federal é a oferta de bolsa de estudos para que um maior número de estudantes conclua a última etapa da educação básica.
A preocupação precisa ir além de manter o aluno na escola. Deve dar holofotes aos resultados, vez que, segundo dados apresentados no portal QEdu, de cada 100 jovens que terminam o ensino médio, apenas cinco aprenderam o que seria esperado em matemática. Vem daí a posição que nossos estudantes têm obtido no exame do Pisa. Preocupa a todos que lutam pela qualidade na educação, mas exige celeridade nas ações, não nos gabinetes, mas que efetivamente cheguem nas salas de aula, onde tudo acontece.
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É do trabalho árduo e desafiador dos professores e do entusiasmo dos estudantes para com os estudos que resultam os índices auferidos no processo. E vale lembrar que os problemas do ensino médio começam nos anos finais do ensino fundamental. Entender isso, é determinante para que a melhoria possa ser percebida.
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