Estudo feito na universidade de Harvard é a base do que compartilho aqui, fazendo o elo com o conjunto das chamadas habilidades socioemocionais. Em síntese, os resultados desse estudo apontam que apenas 25% do que nos faz felizes, com a sensação de dever cumprido, vêm daquilo que sabemos fazer. Os outros 75% advêm da forma como lidamos com situações de rotina, nas nossas relações, nos momentos em que somos cobrados, pressionados, que esperam nossa contribuição dando nosso melhor, as tais habilidades socioemocionais, que formam a base maior da nossa felicidade.
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Esse conjunto de habilidades que, cuja relevância ficou em segundo plano por muito tempo, passou a ser tratado com o devido destaque, inclusiva, nos processos seletivos para as vagas no mundo do trabalho. As próprias equipes, na convivência entre seus membros, acabam fazendo uma espécie de seleção natural entre aqueles que demonstram maior sintonia com o espírito de time e que sabem lidar melhor nos momentos que requerem aquelas habilidades.
Pouco adianta ser um exímio conhecedor de determinado assunto ou área técnica, um alto especialista que conheça em profundidade um determinado tema, se essa pessoa não souber se relacionar com seus pares, nas relações pessoais e profissionais. Destarte, não custa lembrarmos que uma boa parte dos problemas nos relacionamentos advém, não do conteúdo que falamos, mas da forma com que expressamos nossas opiniões e pontos de vista sobre o que está sendo analisado.
Portanto, devemos policiar permanentemente as nossas habilidades socioemocionais, procurando refiná-las e desenvolvê-las de forma continuada e cuidarmos com a maneira com que defendemos nossas ideias e posições.
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Pesquisa organizada pelo BID em países da América Latina apontou um elevado percentual de profissionais que foram contratados pelo conhecimento técnica e que acabaram demitidos pelas suas atitudes, ou seja, eram bons tecnicamente, porém, o comportamento corporativo demonstrado deixara a desejar. Não é sem razão, portanto, que as tais habilidades socioemocionais ganharam relevância também na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), porquê a escola é o ambiente dos mais propícios para consolidar e desenvolver nos estudantes, aquele conjunto de habilidades.
Cabe aos educadores aproveitar esse tempo de convivência na escola, para alertar os alunos quanto à relevância desses aspectos, e também para proporcionar atividades e trocas que possam auxiliar no refinamento e consolidação dessas habilidades entre os estudantes.
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Certamente, o conjunto de estudantes cada vez melhor preparados em termos das habilidades socioemocionais, ao ingressarem no mundo do trabalho, e até mesmo, no ambiente familiar, levarão consigo essa conduta que contribuirá para que tais ambientes sejam espaços de agradável convivência.