A educação é a plataforma pela qual os estudantes têm a oportunidade de construir as bases para as vidas e carreiras. Meu primeiro diploma foi como técnico, depois de ter concluído o curso técnico em mecânica de manutenção, no ano de 1981. Entendo que aquele diploma, os conceitos, os conhecimentos e a vivência das práticas laboratoriais foram decisivos para consolidação de minha trajetória profissional. Vejo na formação técnica o diferencial que ensina os estudantes o “como fazer” que, para muitos deles, significa a abertura para novas oportunidades.

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Tenho por hábito utilizar “mundo do trabalho” ao invés de “mercado de trabalho” por entender ser melhor aceita pelos jovens, além de me soar melhor nos tímpanos. O percentual de estudantes brasileiros que fazem a escolha por uma formação técnica é muito pequeno em relação às necessidades das empresas e quando comparados aos países da OCDE. O resultado são muitas vagas oferecidas sem candidatos com os requisitos para ocupá-las.

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Vem daí a relevância da oferta da Educação Para o Trabalho (EPT), apresentando aos estudantes a possibilidade de se prepararem bem para o início de carreira, já na etapa do ensino médio (EM). Isso não significa desvalorizar o ensino superior, porém, com o ingresso no mundo do trabalho ao finalizarem a etapa da educação básica e com a renda advinda daquela colocação, o acesso em um curso superior pode ser pleiteado, o que, por certo, agregará ainda mais nas carreiras.

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O propósito é que os estudantes saiam do ensino médio melhor preparados para a vida

O que não é mais aceitável é os jovens concluírem o ensino médio sem nenhuma perspectiva para os próximos passos que darão. Os estudantes precisam ser preparados para a continuidade das vidas depois que encerrarem a educação básica e isso deve ser trabalhado pelos professores, não só no 3º ano, mas desde o primeiro ano do ensino médio, porquê, embora os jovens possam pensar que não, bem sabemos que três anos passam voando.

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Aliás, entendo que este processo de preparação e orientação deve iniciar em diálogos com os estudantes, já no último ano do ensino fundamental, de modo que adentrem no ensino médio melhor preparados para a etapa final da educação básica. Sempre cabe alertar que uma boa colocação no mundo do trabalho não depende apenas do conhecimento, mas também pelas habilidades e atitudes, o velho e sempre atual “CHA: Conhecimento+Habilidades+Atitudes”. De nada adianta ser excelente em conhecimento, se o candidato não sabe se relacionar com os demais.

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No artigo intitulado “O significado da vida em um mundo sem trabalho”, Yuval Harari alerta sobre uma nova classe de pessoas inúteis que deve surgir até 2050, pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis, diz o historiador. Isso posto, não devemos deixar passar esta janela de oportunidade para desenvolver nossos estudantes um novo mundo de possibilidades, já no final do ensino médio, preparando-os para serem agentes de transformação nas vidas e carreiras.

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