Milton Friedman aponta que “um dos maiores erros que existem é julgar as políticas públicas pelas suas intenções, não por seus resultados”. Talvez pelo fato de carregar “militares” no título, o programa nacional tenha encontrado resistências, desde o seu início, em 2019.
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Falar que haveria militarização nas escolas, é pura narrativa de quem desconhece o programa; é preciso ler e entender os propósitos nele contidos. O atual governo, em mais uma decisão lamentável de desconstrução das ações do antecessor, decidiu acabar com o programa.
Menos mal que, até aqui, a esmagadora maioria dos governadores, em posição diametralmente oposta à decisão federal, anunciaram que manterão as escolas cívico-militares em seus territórios. Ganha a educação.
Aqueles que apoiam a decisão federal devem acreditar que a disciplina (fundamental para tudo em nossas vidas), a ordem e o respeito andam bem nas escolas públicas de todo o país. Definitivamente não andam nada bem.
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Como alguém pode ser contrário a esses pontos, em favor de uma educação de qualidade? Pois esse era o papel central dos militares que atuavam no processo, restando, portanto, mais tempo para os professores se dedicarem ao ensino.
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Os militares que estavam na reserva passaram por um processo seletivo e também tiveram formações e orientações para atuarem no programa. Esse modelo de escolas foi criado a partir de uma pesquisa, em todas as regiões do pais, cujo resultado mostrou que 85% dos pais e responsáveis matriculariam os filhos em colégios cívico-militares. O programa mobilizou 202 escolas em todo país, alcançando cerca de 120 mil estudantes.
Na publicação que mostra os primeiros resultados do programa,uma pesquisa com 24,9 mil participantes, indica que houve redução da violência física (82%), verbal (75%) e patrimonial (82%) nas escolas envolvidas. A pesquisa apurou ainda que houve redução no número de faltas e também na taxa de abandono e evasão escolar. A satisfação com a escola (74,8%) e o aumento do respeito (72,5%) também merecem destaque.
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As escolas cívico-militares foram criadas com um modelo de gestão para a excelência na educação básica em todo o país; a decisão do atual governo faz o nivelamento por baixo, acabando com a iniciativa que poderia elevar a qualidade da educação em todo o país.
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Se o modelo e formato de educação não fossem bons, nem atrativos, é provável que não haveria fila de espera dos pais para matricularem seus filhos naquelas escolas. Onde há militares a violência e o tráfico de drogas não se aproximam, ponto final.
O Brasil ficou na 60ª colocação no último ranking de competitividade do Institute for Management Development. A garantia de acesso à educação pública de qualidade é um dos fatores que impedem que o país melhore sua posição.
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Voltando ao primeiro parágrafo, parece-me que a decisão foi mais em função de quem criou o programa, não pelos seus resultados.