Há que se alertar ainda que essa nova forma de educação demandará mais investimentos por parte do Estado, uma vez que atribui responsabilidades à rede pública em termos de acompanhamento e verificação da aprendizagem e, portanto, drenará parte dos recursos destinados à educação por conta desse atendimento adicional, demanda que hoje não existe e para a qual o Estado não está organizado, nem em termos de estrutura, tampouco em termos de profissionais.
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Há ainda a percepção de que a frequência ao ambiente escolar pode favorecer o acesso ao mundo das drogas, uma vez que as escolas podem ser alvo de atuação de traficantes e vendedores, para cooptação de jovens para uso de substâncias ilícitas. Mas também é verdade que a escola se configura como o ambiente onde a criança pode encontrar amparo em caso de violência e abusos e os dados apontam que boa parte dessa agressão acontece no seio das famílias. Se a criança não estiver frequentando uma escola, a quem ela recorrerá?
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Na rede estadual de educação, por exemplo, há um grande grupo de profissionais que atuam na prevenção de abusos e violência contra os estudantes, os chamados “Nepre”, com olhar atento para o comportamento dos alunos no ambiente escolar. Ao perceber sinais de alerta, essa equipe entra em ação, dialogando com os estudantes, buscando encontrar as razões, acionando a família, os responsáveis e o conselho tutelar, sempre que necessário.
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É fato também que a educação hoje não é atrativa, principalmente para os jovens no ensino médio. Portanto, a escola precisa se reinventar de modo a tornar o ensino atraente, agradável, de modo que o ato de ir para a escola seja visto como uma atividade agradável, leve, animadora e motivadora, sendo percebida como a plataforma para solidificação da base para a vida dos estudantes. Esse é o grande desafio de todos os gestores, líderes e profissionais que atuam na educação, fazer da escola, esse ambiente onde todos queiram estar e se sintam bem quando lá estão. Chamo isso de “sentimento de pertencimento”, que precisa ser cada vez mais fortalecido para que os resultados no processo educacional melhorem continuadamente.
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Temos no ensino domiciliar, portanto, a possibilidade e a oportunidade da abertura para que se possa experimentar o novo, uma nova forma de ensinar e aprender. É certo que a tecnologia permite que o aluno (ou os pais dos pequenos) busquem mais de uma forma de conhecer determinado conteúdo, está ao alcance de quem tem acesso à rede e, com alguns cliques, se chega fácil até eles.
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Há também o argumento que isso aumentaria mais a distância entre os mais ricos e os que têm menos recursos, mas penso que isso não deva ser argumento. Se os pais têm essa condição, conquistada com trabalho e dedicação, podem fazer o investimento que melhor consideram para educar seus filhos.
Continua…
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