E os brasileiros estiveram imersos num oceano de informações acerca da Copa do Mundo disputada no Catar, a festa da gastança e da irresponsabilidade para com as contas públicas, por parte dos representantes do povo e autoridades constituídas, rolaram soltas em um certo país. Discussões importantes aconteceram no Brasil durante o período da Copa e passaram ao largo de boa parte daqueles para os quais a disputa pela taça mundial está no primeiro item de prioridades a serem acompanhadas.

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As discussões em torno da transição de governo seguiram o ritmo, com pedido de mais cadeiras para acomodar toda pequena multidão que está participando do processo. Muitos de olho numa possível nomeação para um dos cargos comissionados, com boas remunerações e para os quais não é necessário concurso público, a famosa boquinha.

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No Congresso Nacional, a PEC fura teto teve até a data de votação no Senado pautada antes da tramitação na CCJ, como se o presidente daquela casa legislativa fosse vidente e soubesse o resultado de forma antecipada. Para pautar esse tema ele foi ágil como nunca. Para os muitos processos que envolvem os ministros do STF, faz cara de paisagem.

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Perguntas que não querem calar: se o atual presidente tivesse sido reeleito, o Congresso estaria discutindo esse estouro no orçamento? Será mesmo necessário esse valor adicional, com o argumento de que é para cumprir compromissos de campanha do eleito? Que culpa os pagadores de impostos têm das promessas feitas pelo candidato? É o tal, eu prometo e vocês pagam a conta.

E não para por aí…

O Conselho de Justiça Federal restabeleceu um benefício retroativo para magistrados, cuja impacto nas contas públicas pode chegar a R$ 7,5 bilhões por ano. No embalo das discussões da PEC fura teto, os líderes dos partidos discutem incluir o reajuste para Câmara e Senado, numa soma que pode chegar a mais R$ 570 milhões por ano.

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Retomada a discussão sobre a aprovação do fundo cultural do Mercosul, no qual o Brasil será o maior financiador, configurando-se em um rombo por aqui e numa gastança por lá. A PEC fura teto começou com R$ 198 bilhões, pegaram um pedaço, fingiram que estavam diminuindo para R$ 175 bilhões e acrescentaram outras verbas por fora, R$ 23 bilhões de investimentos pagos com excesso de arrecadação, mais R$ 24,3 bilhões de PIS/Pasep parado há 21 anos, que somam mais R$ 193 bilhões de um rombo fiscal.

Então, para fazer frente a essa conta adicional, ou o governo aumenta a arrecadação com mais impostos ou então emite papéis na forma de títulos da dívida pública, o que fará pressão sobre a inflação e também sobre os juros.

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Aqui em SC, discutiu-se a criação de novos cargos e alteração de benefícios dos poderes, que podem custar mais de R$ 60 milhões já no próximo ano. Pois é! Enquanto a bola rolou nos gramados do Catar, a conta da festa da democracia para os pagadores de impostos, aumenta, e muito.

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