O ato de votar é parte do pleno exercício da democracia, assim, vejo com preocupação a abstenção que ocorre nas eleições, que vem aumentando ao longo dos últimos anos. Em 2006, foram em torno de 21 milhões e em 2018, quase 30 milhões de eleitores que não compareceram às urnas.
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Ouço com frequência conhecidos apontarem que não acompanham a política, que estão cansados de promessas não cumpridas e que, já há alguns pleitos, não vão mais votar, imitando assim a atitude de Pôncio Pilatos, de lavar as mãos e deixar que outros decidam por eles.
Atribui-se a Bertold Brecht a definição: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
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Então, ao não se envolver nas escolhas políticas, ao abrir mão do direito de escolher aqueles que melhor representam seus interesses, ideias e pensamentos, deixam que outros o façam, e assim, abrem mão também de cobrar melhor desempenho dos que foram por eles escolhidos.
Este ano está acontecendo um movimento importante de chamamento aos eleitores com mais de 70 anos, para os quais o voto é facultativo, para que compareçam às urnas e façam suas escolhas.
O TSE tem uma campanha para esse público (mais de 10 milhões de eleitores), para que exerçam o direito de escolher os seus representantes. Convenhamos, é um número significativo de votantes, que pode definir quem será eleito. A boa mensagem da campanha aponta que: “Quem vota com ou depois dos 70 anos é mais que uma eleitora ou eleitor, é um exemplo de cidadania. Seja você o maior exemplo. A democracia agradece”.
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Considero relevante que os meios de comunicação trabalhem continuamente para que a abstenção nas eleições seja sempre pequena e que a população, cada vez mais esclarecida e politizada, possa fazer as melhores escolhas daqueles que definirão os rumos para o Estado e o país.
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Ao analisar as pesquisas de intenções de votos, preocupa-me o elevado percentual dos indecisos, ou que não sabem e não querem responder, que pode indicar que estejam entre aqueles que não irão votar.
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Falando em preocupação, atribui-se a Martin Luther King a frase: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos sem caráter, dos sem ética…o que me preocupa é o silêncio dos bons”. Não, definitivamente, não abro mão de exercer meu direito à cidadania comparecendo às urnas para registrar minhas escolhas pelo voto.
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